sexta-feira, 28 de maio de 2010

RASPUTIN: NO CINEMA DOS ANOS 40


            Em meados da década de 40, uma curiosa e assombrosa história era o tema de um filme exibido pelo Cine-Barretos: Rasputin. A história do mago russo levou alguns barretenses ao cinema, que, em um belo cinematógrafo, causava fortes emoções nos olhos de quem assistia aquela história ocorrida a menos de três décadas daquele tempo. É claro que o cinema adapta uma história real a alucinantes cenas que tentam tocar as emoções dos expectadores, mas, a história de Rasputin nem mesmo precisaria de tantas alterações, pois já fazia parte de uma realidade misteriosa.
            Pois bem, Grigori Iefimovitch Novykh, apelidado de Rasputin, era um místico da realeza russa da primeira década do século XX, por alguns era tido como curandeiro, por outros como “depravado” (raspoutny). Sendo os fatos interessantes de sua história: suas profecias e a noite de sua morte. O filho de camponeses russos tinha a aparência um tanto desagradável, possuía a barba desgrenhada, os cabelos muito compridos, desarrumados e gordurosos, um olhar fixo e misterioso e mal sabia ler e escrever.
            Rasputin ganhou a confiança da czarina Alexandra Feodorovna depois de aparentemente “curar” seu filho hemofílico Alexis. A partir de então, encantada por seu suposto curandeirismo, a czarina lhe conferiu poderes políticos, onde Rasputin nomeava e derrubava ministros e nobres russos. Isto posto, tamanho poder ocasionou a ira de muitos políticos e em 1916 um dos príncipes da realeza russa ao lado de outros nobres tramavam a morte de Rasputin. No entanto, o mago já havia profetizado em uma carta ao czar Nicolau II, que se ele fosse morto por gente do povo, o czar não teria nada a temer e continuaria em seu trono, mas, acaso fosse assassinado por nobres, a Russia sucumbiria em guerra e a família real também seria extinta.
             Poucos dias depois que Rasputin escreveu a carta, o Príncipe Felix Iussupov e outros nobres assassinaram o místico, porém, sua morte foi tão resistente quantos os dias de sua vida. Primeiramente, os nobres envenenaram os bombons e o vinho de Rasputin com cianureto de potássio e ele nada sofreu, em seguida, o Príncipe russo deu-lhe um tiro no peito e mesmo assim o místico conseguiu relutar, foi quando outro nobre atacou violentamente o corpo do místico, que surpreendentemente ainda não tinha morrido. O resistente Rasputin só morreu após ter sido jogado em um rio congelado com o corpo todo amarrado, morreu afogado e de frio.
            Os resultados de toda esta trama foram proféticos, a população enchia baldes com as águas do rio onde o famoso curandeiro morrera. Mas, e a realeza? Sim, um ano e meio depois da morte de Rasputin, a Rússia foi tomada por uma Revolução e toda a família real foi assassinada pelos bolcheviques. Coincidência? Isso nem a história pode revelar, mas certamente os barretenses dos anos 40, assim como muitos de hoje, se emocionaram com a misteriosa história do mago Rasputin.


REFERÊNCIAS: Revista História Viva (mar/2010) e documentos do Museu “Ruy Menezes”.

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO" (BARRETOS/SP), EM 28 DE MAIO DE 2010.

À MÃE-ÁFRICA: SEUS FEITOS E EFEITOS (II)


            Semana passada este mesmo espaço do jornal sugeriu uma reflexão acerca das principais revoluções tecnológicas vivenciadas na África Pré-Histórica e Antiga em menção às comemorações do dia 13 de maio. Já exposta a importância do legado africano como berço da humanidade, o presente texto almeja surpreender os leitores demonstrando, ou melhor, admirando, a originalidade da África como criadora das principais invenções mundiais. Comecemos...
            Pelo juramento hipocrático dos médicos recém-formados, imagina-se naturalmente que foi Hipócrates da Grécia o primeiro médico da humanidade. No entanto, sabe-se o quão complexo é resgatar este dado com precisão, mas os registros paleontológicos colocam os egípcios africanos como precursores da medicina, graças a suas práticas de mumificação e embalsamento. Em específico, o pai africano da medicina tem nome, Imhotep, uma espécie de mago e médico do Egito em 3000 a.C, já praticante de conhecimentos médicos e cirúrgicos. Além disso, na região onde hoje é a Uganda, na África Central, o povo banyoro já praticava a técnica da cesariana, muito tempo antes do cirurgião inglês Felkin conhecê-la e divulgá-la em 1879. As técnicas de remoção de catarata e retirada de tumores cerebrais também foram encontradas nas regiões do Egito e do Mali há 4600 anos atrás.
            Outra área do conhecimento africano é a astronomia, disseminada principalmente pelos países Quênia e Mali. Registros comprovam que ao lado do Lago Turkana, no Quênia, foram encontrados os vestígios de um observatório astronômico que demonstra a complexidade cultural da região. Ainda mais, encontraram também outros registros de um sistema de calendário complexo baseados em cálculos astronômicos destes mesmos povos há 1000 a.C. 
            A metalurgia também é considerada uma grande revolução tecnológica iniciada com os africanos, em específico com os haya, povos da atual Tanzânia. Há 2000 a.C, os haya produziam aço em fornos que atingiam temperaturas mais altas do que a capacidade dos fornos europeus até o século XIX. A arquitetura também esteve presente entre os grandes feitos africanos, como exemplo a construção das muralhas e da antiga cidade de Zimbabue, antigo reino de Monomatapa, as quais foram atribuídas até mesmo a extra-terrestres do que as autênticos arquitetos africanos. Além disso, as esfinges e as pirâmides do Egito são os exemplos mais consideráveis no plano arquitetônico da Idade Antiga. E, a escrita também é outro conhecimento liderado pelos africanos egípcios que a desenvolveram por conta da influência com os povos mesopotâmicos.
            Incontestavelmente, a Mãe-África além de ter sido o berço da humanidade com o surgimento da espécie humana, foi também a propagadora de grandes civilizações as quais foram responsáveis por inúmeras revoluções tecnológicas tão significativas às condições que vivemos hoje. À África de todos os tempos, o nosso reconhecimento.

REFERÊNCIAS: FONSECA, Dagoberto da. África – desconstruindo mitos. 2008.

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO" (BARRETOS/SP), EM 21 DE MAIO DE 2010.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

À MÃE-ÁFRICA: SEUS FEITOS E EFEITOS (I)


            Mais um 13 de maio é celebrado no Brasil, agora como momento de reflexão e estudo. A assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel há cento e vinte e dois anos atrás resultou na abolição da escravatura no Brasil, o último país do mundo a realizar tal ato. Por muito tempo, esta data é comemorada em nosso país e vem sendo modificada por diretrizes escolares que intentam transformá-la de uma data que marcou o fim dos povos escravizados por mais de três séculos para o momento de reflexão dos grandes feitos africanos à história do Brasil e da humanidade. Garantidas pela Lei 10.639/03, as aulas de História são naturalmente levadas à conscientização das influências africanas na cultura, sociedade, política, economia e intelectualidade nos períodos da Pré-História e no desenvolvimento das grandes civilizações na Antiguidade. Assim sendo, as primeiras conquistas tecnológicas aconteceram na África, uma vez que os hominídeos mais antigos da Pré-História surgiram neste território e desenvolveram suas primitivas habilidades.
            A começar, foi no continente africano que aconteceu uma das primeiras revoluções da humanidade, isto é, a passagem de caçador e coletor de frutos e raízes para a agricultura e pecuária. Foi a partir deste contraponto que se desenvolveram as grandes civilizações (impérios), onde os homens, agora sedentários e viventes em comunidades, puderam trabalhar coletivamente e aprimoraram suas capacidades intelectuais. Posterior a isto, uma onda de migração entre a África e a Ásia possibilitou a troca de influências culturais que permitiram o surgimento da escrita e outras revoluções tecnológicas da Antiguidade, como por exemplo, a astronomia, a medicina, a matemática, a filosofia, a metalurgia e a arquitetura religiosa.
            Estas revoluções tecnológicas conquistadas por homens antigos foram as primeiras peças que compuseram o quebra-cabeça da inteligência humana. Ou seja, desde sua origem, os homens apresentaram capacidades e habilidades que atuaram como motores de sua evolução. De peça em peça, como em etapas igualmente importantes, os homens deram o máximo de si para a sobrevivência da espécie e garantiram a nossa existência. Uma existência que se iniciou na África e se propagou de diferentes maneiras em todo o mundo. Para saber mais sobre estas transformações, continue a leitura na próxima semana neste mesmo espaço que agora é dedicado à Mãe-África.

REFERÊNCIAS: FONSECA, Dagoberto da. África – desconstruindo mitos. 2008.

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO"(BARRETOS/SP), EM 14 DE MAIO DE 2010.






segunda-feira, 10 de maio de 2010

O MÊS DE MAIO


            Por muito tempo, em diferentes culturas, desde meninas as mulheres eram preparadas para o dia de seus casamentos e para a vida a dois que intentavam durar por todo o sempre. Todo este passado nos é contado por mulheres que viveram estas experiências e que ainda guardam em suas memórias “o dia mais feliz de suas vidas”. Hoje, apesar das mudanças de mentalidades, o casamento ainda faz parte de nossa realidade e algumas de suas tradições se fazem presentes nas cerimônias, como por exemplo, o vestido branco da noiva, o buquê de flores, a festa com suas danças tradicionais e a famosa lua-de-mel.
            Também como tradição, já dizia o “ditado” que “maio é o mês das noivas”. Leitores, já se perguntaram o porquê de maio ser o mês das noivas? Para responder isso é claro que recorremos à História, e, mais uma vez, ela responde uma questão atual tendo como fonte o próprio passado.
            Por influência da Igreja Católica, o mês de maio foi instituído como o mês do casamento pelo fato de maio ser o mês da consagração de Maria, mãe de Jesus Cristo, e também é o mês de comemoração do dia das mães. Isto é, “como maio é Mês de Maria e das Mães, a noiva teoricamente é aquela que deseja ser mãe, por isso que talvez tenha nascido essa relação”, explicou o Padre Francisco Grecco, da Igreja São Jorge Mártir, em depoimento registrado na internet.
            O casamento tornou-se uma cerimônia oficial a partir dos anos de 1534 a 1539, passou então a ser representado como um ato público mediante a celebração religiosa concebida por um representante da igreja e envolta a inúmeras pessoas convidadas. Com o passar dos tempos e com as transformações sociais dos séculos, o casamento não só representava a união de um casal perante as bênçãos de Deus, como também passou à condição de uma instituição social e civil, decretando, pois, a união material de dois cidadãos que iriam dividir seus bens. No Brasil, o casamento religioso deixou de ser oficial, para que o casamento civil assim o tornasse, somente com a primeira Constituição Republicana em 1891.
            Porquanto, a união conjugal de um casal sempre esteve presente na história da humanidade, fato que a torna uma característica da essência humana, ou seja, além das diferenças culturais e temporais. O que se transformou ao longo do tempo foram as maneiras de se considerar a união de um casal como um “casamento” e as diferentes festividades e significados envolvidos nas cerimônias. Enfim, mesmo com todas as transformações e com todos os anos passados desde sua origem, o casamento sobrevive aos tempos atuais e renasce como um sonho de muitas mulheres e homens que acreditam na vida de um amor duradouro conquistado dia após dia.


ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL"O DIÁRIO" (BARRETOS/SP) EM 07 DE MAIO DE 2010.

UMA HISTÓRIA SEM INÍCIO


            O dia 22 de abril de 1500 ficou marcado na História do Brasil como o momento da chegada dos portugueses em nossa terra, na qual eles denominaram Terra de Santa Cruz. Por muito tempo, a História do Brasil foi estudada somente a partir deste momento histórico, ou seja, como se antes dos portugueses alcançarem o litoral brasileiro não existisse a história dos habitantes nativos e toda uma complexa cultura a ser compreendida. Os próprios relatos dos europeus do século XVI e a atual arqueologia brasileira revelam o quão expressiva era a população nativa e como elas constituem importantes fontes de pesquisa para construir o passado do Brasil, uma história que ainda não se sabe o começo.
            Se pudéssemos resumir em uma palavra a característica que reproduz os indígenas brasileiros antes do famoso ano de 1500, certamente usaríamos “diversidade”. Sim, a diversidade brasileira não é fator comum só no tempo presente, ela faz parte da realidade do Brasil desde seus tempos primitivos. Leitores, conseguem imaginar uma terra vasta, sem fronteiras, com habitantes que além de desfrutarem de hábitos incomuns, também faziam jus de mil e duzentas línguas diferentes?
            Enquanto a Europa era marcada pelo início da Idade Moderna, o Brasil de quinhentos e dez anos atrás era desenhado por, aproximadamente, quarenta etnias diferentes, classificadas em quatro principais troncos lingüísticos: tronco tupi (Amazônia, faixa litorânea e região sul), tronco macro-jê (Região central), tronco aruaque (noroeste da Amazônia) e família caribe (extremo norte da Amazônia). Dentre estas etnias, pairavam-se os mais curiosos e divergentes costumes, pois, enquanto umas viviam em aldeias de agricultores, outras sobreviviam em migrações constantes (nomadismo) e outras ainda mantinham os costumes de antropofagia (rituais canibais) e de devorar insetos. Além disso, (e esta talvez seja a parte mais interessante do estudo dos nativos brasileiros), cada etnia criava um mito para explicar sua origem e suas práticas culturais, fator que resultou em uma rica contribuição histórica, pois, todos estes contos “fantásticos”, criaram cenários mágicos que revelam muitos detalhes da História Antiga do Brasil, se assim podemos chamá-la.
            Logo, os estudos sobre a vida dos nativos brasileiros, bem como os contatos iniciais entre os mesmos e os portugueses estão em avanço em teses acadêmicas de hoje. E isto já nos faz repensar em um novo modo de se comemorar o dia 22 de abril, não como o “descobrimento” de uma terra já conhecida, mas como um novo momento da História do Brasil, onde se diversificou ainda mais a população brasileira.

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO" (BARRETOS/SP) EM 30 DE ABRIL DE 2010.

AO CENTENÁRIO DO GRÊMIO


            “Aos vinte e seis dias do mês de abril de mil novecentos e dez, nesta cidade de Barretos, na sala principal do Paço Municipal é composta a primeira reunião para a fundação de um Clube Literário e Recreativo que servisse de recreio e instrução aos habitantes desta cidade”. Pois bem, é assim que se inicia a ata de fundação do Grêmio Literário e Recreativo de Barretos, que no próximo dia 26 comemora seu centenário. Registrada no livro comemorativo do Grêmio de 1945, a ata de fundação revela os principais levantamentos feitos na primeira reunião realizada onde hoje se concentra as tradicionais peças da história da cidade, no salão do Museu Ruy Menezes.
            Á pedido do Cel. Almeida Pinto, a reunião foi presidida pelo Padre José Ceccere, o qual logo se apressou em denominar a Diretoria Provisória do Clube para iniciar os preparativos do estatuto. Os nomes para compor a Diretoria Provisória foram propostos pelo Cel. Silvestre de Lima. Em seguida, Almeida Pinto leu uma carta escrita pelo Juiz de Direito Dr. João Baptista Martins de Menezes, onde o mesmo sugeria como nome para o Clube: Grêmio Literário e Recreativo “Joaquim Nabuco”, em homenagem a um dos intelectuais mais conhecidos dos séculos XIX e XX. Este assunto, no entanto, passou a ser discutido depois, na segunda reunião, onde o sócio Fausto Lex sugeriu o nome Grêmio Literário e Recreativo de Barretos, sugestão unanimemente aprovada.
            A criação de um clube literário e recreativo em Barretos, na época foi considerada um grande marco na história da cidade, já que quando a República brasileira completava sua “maioridade”, 21 anos, Barretos compunha um lugar de se discutir política e os assuntos polêmicos da época, como a educação. Tratava-se, pois, de uma iniciativa genuinamente republicana. Os membros assinantes da ata de fundação eram, em sua maioria, bacharéis, comerciantes e professores, além disso, muitos deles possuíam uma bagagem pela luta republicana desde que Barretos ainda vivia nos tempos do Império.
            Isto posto, a fundação do Grêmio Literário e Recreativo de Barretos, mesmo com seus objetivos claros e específicos, fez parte de todo um contexto republicano, onde a cidade passava a ser desenhada por instituições que visavam a superação de antigos ideais para novos valores à sociedade barretense. E, mesmo com divergência de credos ou idéias políticas, os membros fundadores se juntaram com o objetivo de promover reflexões à intelectualidade dos barretenses. Assim, coincidência ou não, o presidente da Diretoria Provisória era um padre, e o primeiro Presidente do Clube era um médico e espírita renomado, Dr. Raymundo Mariano Dias.  
            Cem anos depois, o Clube anteriormente formado no salão da antiga prefeitura, cresceu, continua em atividade e contribuindo na busca da história de Barretos. Congratulações.

REFERÊNCIA: Documentos do Museu “Ruy Menezes”.
ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO" (BARRETOS/SP), EM 23 DE ABRIL DE 2010.

DETALHES DA ARQUEOLOGIA


 Assim como em um quebra-cabeça, arqueólogos e historiadores procuram por vestígios deixados pelos homens antigos para “montar” o cenário da Pré-História, uma ciência pouco explorada e misteriosa. Desta forma, quando restos de ossos, fogueiras, alimentos petrificados, cerâmicas e outros objetos utilizados pelos ancestrais humanos são encontrados em sítios arqueológicos, a arqueologia comemora e gradualmente apresenta seus resultados. Foi assim que, há uma semana, recebemos a notícia de que cientistas da África do Sul descobriram dois fósseis pré-históricos no sítio arqueológico de Malapa, explorado desde 1935.
Os fósseis encontrados foram de uma fêmea com cerca de 30 anos de idade e um garoto de 13 anos de idade, e a possível causa de suas mortes foi a queda em um fosso de 50 metros, provavelmente no meio de uma tempestade. Os dois fósseis pertencem a uma espécie que viveram no período de transição entre o primata e o homem, trata-se dos Australopithecus (austra = sul e pithecus = macaco), sendo estes fósseis batizados de Australopitheus sediba (sediba = fonte). Além disso, tais fósseis estão superando as expectativas de vários cientistas, pois estão prestes a ocupar o posto da espécie de Australopithecus mais próxima do Homo encontrada até hoje, com 1,95 milhões de anos.
De acordo com os estudos dos fósseis encontrados, suas características eram de uma mulher e um garoto com aproximadamente 1,30 metro e seus braços eram alongados, fato que demonstra suas posturas como não eretas. Nas proximidades onde foram encontrados os fósseis, também foram localizados uma grande quantidade de fósseis de animais em “bom” estado de conservação: roedores, coelhos, um antílope e até um felino dente-de-sabre.
Os fósseis foram descobertos em setembro de 2009 pelos cientistas Lee Berger e Paul Dirks, ambos da Universidade de Witwatersrand, em Johannesburgo. Mas, o modo com que foram encontrados foi um tanto “inédito”, pois, Matthew, filho de Berger com apenas 9 anos, foi o primeiro a achar um pedaço (a clavícula) do antepassado humano. Posterior a isto, os outros vestígios foram localizados pelas escavações com mais de 60 cientistas.
Por fim, os estudos dos Australopithecus sediba continuam sendo publicados na Revista Science e os resultados futuros podem revelar mais surpresas sobre a Pré-História Africana. Todos estes detalhes estudados pelos arqueólogos são deveras importantes a todos nós, independente de onde vivemos, pois somos parte do mesmo “início”, dos mesmos ancestrais, aos quais viveram e sobreviveram na “Mãe-África” de 2 milhões de anos atrás.

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO" (BARRETOS/SP) EM 16 DE ABRIL DE 2010.