ARTIGO PUBLICADO PELA PROFª ESP. KARLA O. ARMANI, EM 20 DE JANEIRO DE 2013, NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS"
O mundo da Arqueologia e da
Pré-História é de fato fascinante, cheio de mistérios, hipóteses, teorias e
descobertas. No século XIX, isso já era interessante pois foi neste período que
aconteceram as principais descobertas de fósseis humanóides e foram criadas as
primeiras teorias da história natural da origem humana. A busca por essa
origem, levou cientistas a desbravarem sítios arqueológicos em diferentes
lugares do mundo. Nesta procura, a expressão que os cientistas mais usavam era
“elo perdido”, ou seja, o ancestral comum entre o homem e o macaco que iniciou
a evolução humana.
Dentro desta discussão, uma
descoberta arqueológica veio para contribuir mais ainda com a busca do “elo
perdido”: o Homem de Neanderthal. Era 1856, no vale do Rio Neander, na
Alemanha, quando operários encontraram o fóssil de um hominídeo desconhecido e
o entregaram ao Prof. Johan C. Fuhlrott. Depois de analisar o fóssil e instigar
se o mesmo era o tal “elo perdido”, descobriu-se que ele, tinha somente 40 mil
anos de idade, não podendo ser o parente mais antigo do homem. Foi então que,
depois de longas pesquisas, descobriu-se que esta espécie viveu na Europa ao
mesmo tempo que o Homo sapiens sapiens,
mas foi extinta por razões da era glacial ou de guerras.
Esta discussão sobre a “evolução”
humana foi acalorada com a publicação da obra “A Origem das Espécies” de Charles Darwin, em 1859. Nesta obra, o
cientista criava a teoria da “seleção natural”, a qual defendia que a origem da
espécie humana advinha de uma evolução gradual de milhares de anos; do primata
ao Homo sapiens sapiens. É óbvio que
tal teoria não agradou a “gregos e troianos” e ocasinou polêmica, em especial
ao senso comum que a prima facie
dizia que Darwin era louco em afirmar que o homem veio do macaco,
desconsiderando, porém, a ideia de evolução gradual que o naturalista inglês
tanto salientara.
A partir de então, novas buscas e
descobertas começaram a acontecer ao longo dos séculos XIX e XX, só que agora
em novos territórios. Finalmente os cientistas começaram a perceber que a
origem do homem não estava na Europa. Acontece que, todas as vezes que um
cientista descobria um novo fóssil e mais antigo, pensavam que era o tal “elo
perdido”. Foi assim com o Homo erectus
de Eugene Dubois (1891), com o “Homem de Piltdown” de Charles Dawson (1912, uma
farsa descoberta em 1953), com o Australopithecus
africanus de Raymond Dart (1924), com o Australopithecus
boisei de Louis Leakey (1957) e seu Homo
habilis e com o Australopithecus
afarensis de Donald Johanson (1974). Sendo este último o fóssil mais antigo
encontrado até então, com 3 milhões e 200 anos.
Com todos estas descobertas, a ideia
de evolução linear da espécie humana foi posta de lado para ascender a teoria
de que a evolução do homem na verdade não seguia uma linha única e sim uma
grande árvore genealógica. Uma “árvore” que ainda não terminou de ser
completada, que depende da arqueologia e da sorte de encontrar fósseis em bom
estado. Vê-se, portanto, que a Pré-História de nada tem de estática e distante,
é uma ciência atual e mais dinâmica do que nunca!