ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 8 DE DEZEMBRO DE 2020 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS
Se eu, historiadora, pudesse voltar
no tempo, na cidade, voltaria às semanas anteriores à demolição do 1º Grupo
Escolar, em 1972, e me juntaria a nomes como Olivier Heiland e Nidoval Reis
para impedir a destruição do prédio. Assim como eu presenciaria a colocação da
pedra fundamental no lindo edifício do Paço Municipal, em 1906, só para ter
ideia dos bilhetes e jornais que foram depositados na urna. Eu pediria a todos
da época que escrevessem com mais clareza, para que eu não sofresse tentando
desvendar suas caligrafias no futuro. (Em relação aos vereadores da Câmara,
isso nem seria um pedido, seria uma exigência. Só eu sei como sofro com aquelas
letras).
Viajaria para 31 de março de 1900,
no lançamento do primeiro jornal da cidade, O Sertanejo, para ver de perto a organização
da redação. Conversaria horas e horas com o Cel. Jesuíno de Mello sobre as
entrevistas que ele fez com os moradores antigos, quando escreveu a coluna
“Tradição de Barretos”. Queria saber exatamente a opinião dele sobre a origem
do Chico Barreto e da Ana Rosa. Eu o agradeceria muito!
Iria para julho de 1932 quando
Barretos abriu a lista de voluntários para a guerra paulista. Seriam inúmeras
as perguntas aos soldados e às pessoas que viram a cidade se transformar num
quartel de guerra. Começaria tentando encontrar o temível pistoleiro Aníbal
Vieira, que ficou em Barretos lutando por São Paulo, aquartelado no prédio do
Grêmio. Perguntaria a Ruy Menezes como era ser um jovem de pouco mais de 20
anos em uma missão tão violenta como aquela; já aproveitaria para lhe fazer muitas
perguntas que me surgem quando leio e releio seu livro “Espiral”. Assim como eu
tentaria descobrir as façanhas do livro “Caretas do Zé Menêis” de seu primo,
José Eduardo de Oliveira Menezes, jornalista, cuja figura me instiga tanto.
Adoraria ver a origem do Teatro Éden, nos anos 10, assim como conhecer o seu lendário proprietário, J. J. Martinelli. Eu ficaria triste em contar a ele que, em 1923, o teatro sofreria um incêndio. Aliás, eu descobriria se foi ou não acidente. [continua].
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