quinta-feira, 4 de junho de 2020

AYMORÉ DO BRASIL

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 2 DE JUNHO DE 2020 
(página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS 

Profº  Aymoré do Brasil.
(Fonte: Correio de Barretos, 2-1-1944, p.1,
Arquivo do Museu "Ruy Menezes")

“Barretos, apesar de localizada em pleno sertão brasileiro, tem, [...], o seu Conservatório Musical, devido ao esforço e à boa vontade do consagrado virtuose prof. Aymoré do Brasil” (A Semana, 31/8/1940, p. 3).

            Era o ano de 1940 quando chegava a Barretos o ilustre professor de música Aymoré do Brasil; paulista de Serra Negra, nascido em 1907. Dirigiu o Conservatório Municipal de Barretos, fundado em 1938, e depois tornou-se professor de música de institutos musicais da cidade e de escolas. Na década de 1940 e início dos anos 1950, quando em Barretos viveu, consagrou-se como professor e digno artista, a ponto de ser o compositor da melodia do Hino de Barretos, apresentado à cidade em 1950, junto com o jornalista Osório Rocha (autor da letra).
            Antes de vir a Barretos, é notado na imprensa paulista como músico concertista em recitais em cidades interioranas, como Bauru, Campinas e outras. Era reconhecido como exímio violinista e músico do canto orfeônico. Formou-se no Conservatório Carlos Gomes de Campinas e no Conservatório Paulista de Canto Orfeônico.
            Em Barretos, mediou a visita de importantes artistas da música erudita nacional e estrangeira, servindo-se como interposição entre os barretenses e a cultura musical. Tenores, maestros, pianistas e musicistas vinham a Barretos por sua intermediação, assim como de suas colegas pianistas, Adelaide Galati e Haydée Menezes. Juntos, estampavam os jornais da época, “A Semana” e “Correio de Barretos”, com reportagens que elencavam a cultura como uma característica da vida barretense.
            O Profº Aymoré contribuiu à cidade como um elemento de integração de cultura e arte, pois tinha a intenção de estabelecer em Barretos não uma escola restrita à técnica musical, mas sim produtora de conhecimento, de regozijo do espírito, de apreciação às ideias abstratas. Atuava como um aglutinador de cultura. Isso, há 80 anos.

Fontes:
Jornal "A Semana", Barretos-SP, 31/08/1940, p. 3 - Arquivo do Museu "Ruy Menezes".
Jornal "Correio Paulistano", São Paulo-SP, edições diversas de 1927 e 1936, 1937 e 1938.
MENEZES, Ruy. Espiral: história do desenvolvimento cultural de Barretos. Barretos: Intec, 1985, p. 320.

8 comentários:

Eduardo Janho-Abumrad disse...

Que satisfação saber que uma historiadora local tem se dedicado a essa pesquisa sobre os músicos na cidade de Barretos; sim, as cidades interioranas já contaram com músicos difusores e defensores da Música de Concerto e da cultura ao espírito. Oxalá se consiga um retorno à valorização também desse estilo, pois toda Arte deve ter seu espaço e valorização no cotidiano.

Profª Karla disse...

Eduardo, muito obrigada pelo incentivo! Estudar parte da cultura da minha cidade, principalmente no início do século XX, é um desafio animador para mim. Publiquei há dois meses meu primeiro livro individual, "De onde cantam as cigarras", e nele disserto sobre os músicos que vinham visitar Barretos através do Grêmio Literário, além de demonstrar a importância dos músicos da própria cidade, como o Profº Aymoré do Brasil e as pianistas Haydée Menezes e Adelaide Galatti. Obrigada, mesmo!

Kayssa disse...

Oi Karla, tudo bem?
Meu nome é Kayssa, sou professora de arte e bisneta do Aymoré. Achei tão interessante a história. Minha avó, filha dele, era pianista. Depois de Barretos, montaram um conservatório em São Vicente e ela ficou anos e anos no Coral Vicentino, também.
Enfim, como consigo comprar seu livro?
Um beijo!

Profª Karla disse...

Oi Kayssa!
Você é neta da Sra. Maria Cecília? Nossa, você não imagina o quanto eu procurei o nome dela pela internet e nada encontrei... Eu tinha tanta curiosidade de saber qual a carreira daquela promissora criança nos anos 40 e 50. Encontrei algumas reportagens de jornais falando sobre as apresentações que o Prof Aymoré expunha a filha, bem criança, tocando ao piano. Um primor! Por favor, me mande um email para conversarmos sobre isso, e assim te falo a respeito do meu livro. Uma honra o seu comentário aqui. Estou radiante! Meu email é: armani.historia@gmail.com

Unknown disse...

Bom dia! Kayssa, sou professora na EEProf. Aymoré do Brasil, em Barretos, estamos precisando de dados do nosso patrono. Tem como você nos enviar mais dados sobre seu bisavô? Te agradeço.

Unknown disse...

Bom dia prof Karla. Aqui é prof. Jani da EE Prof Aymoré do Brasil. A senhora poderia me enviar só o prof. Aymoré que é o patrono de nossa escola? Agradeço.

Profª Karla disse...

Olá Jani, como vai?

Caso precise de alguma informação, por favor, me envie um email solicitando e me explicando exatamente o que precisa; pois assim terei condição de saber se poderei ajudar. Obrigada. Abraços.

Meu email é armani.historia@gmail.com

Unknown disse...

Muito importante saber que meu tio Aymoré, irmão de minha mãe, faleceu em nossa casa em São Caetano do Sul e parece que foi enterrado no cemitério do bairro Cerâmica.