quarta-feira, 17 de junho de 2020

FAUSTO LEX, UM CIENTISTA (PARTE I)

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 16 DE JUNHO DE 2020 
(página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS 

           
Profº Fausto Lex.
Fonte da foto: MONTEIRO, Eduardo Carvalho.
Anália Franco: a grande dama da educação brasileira.
São Paulo: Madras, 2004.
Professor, artista, poeta e cientista, Fausto Lex (1878-1950) é um dos personagens da história barretense de maior destaque no início do século XX. Viveu em Barretos aproximadamente entre os anos de 1907 a 1919, junto a sua esposa, a Profª Lúcia Garrido Lex, participando ativamente da vida cultural, social e política do município. Pelas fontes históricas, nota-se que era um apreciador das artes e das ciências; e foi exatamente neste ponto que tanto contribuiu ao desenvolvimento intelectual de Barretos.
            Quando veio para Barretos, lecionava com sua esposa na única escola pública da cidade, porém, inaugurado o 1º Grupo Escolar, em 1912, logo fora nomeado como professor do Estado. Pelas notas jornalísticas, vê-se que era grande incentivador das artes, inclusive chegou a doar dois quadros de sua autoria ao Grêmio Literário e Recreativo (do qual foi fundador), e frequentava exposições de arte na capital (como uma da modernista Anita Malfatti em 1918). Fomentou, ainda, a prática do bascket-ball na cidade. Somando-se a isso, para ensinar Geologia, Botânica e Zoologia a seus alunos, realizava excursões nos ambientes naturais pelos arredores da cidade. Promovia também festas temáticas, como a “Festa das Aves”, realizada no Teatro Aurora em 1913.
            Neste ínterim, a imprensa paulista divulgou notas sobre as experiências quanto as turfas extraídas das jazidas descobertas pelo Profº Fausto Lex na usina da empresa Orion, em Barretos, no ano de 1917. Sua dedicação aos estudos dos recursos naturais misturava-se à veia poética, tanto que Ruy Menezes eternizou, em seu “Espiral”, a poesia “No Maribondo”, de Fausto Lex, sobre a preciosa cachoeira do Marimbondo.
            Não é difícil de se imaginar, portanto, de onde vinha sua paixão pela pesca e à psicultura, visto que, em 1922, lançou a 1ª edição de seu livro “A Pesca”; reeditado em 1941 com o título “Vamos pescar... e trazer peixes”. Um fato curioso sobre esta obra e a biografia de Fausto Lex, porém, é pouco falado. Mas, importante. [continua].

Fontes:
Jornal "Correio Paulistano", São Paulo/SP, edições: 21/101911 (ed. 17.324); 09/04/1913 (ed. 17.856); 10/05/1917 (ed. 19.336); 04/01/1918 (ed. 19.574) - Arquivo da Biblioteca Nacional.
MENEZES, Ruy. Espiral: história do desenvolvimento cultural de Barretos. Barretos: INTEC, 1985, p. 122.
ROCHA, Osório. Barretos de Outrora. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1954, p. 229-230.     

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