ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 9 DE JUNHO DE 2020
(página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS
Fonte: Revista "O Malho", Rio de Janeiro/RJ, 30/3/1912, p. 25, ed. 498 - Arquivo da Biblioteca Nacional. |
Trazendo essa realidade à história
da cidade, me lembrei de uma fotografia que há pouco tempo encontrei na
hemeroteca digital da Biblioteca Nacional, na revista carioca “O Malho” (edição
498 de 30/3/1912). Resolvi, então, publicá-la em minha página do facebook,
onde a repercussão foi muito positiva. Muitos barretenses se encantaram com a
imagem do “preto Jerônimo” no bairro “Outro Mundo”.
É a imagem de um negro, Jerônimo,
que vivia em Barretos, e por mais “invisível” que fosse à população da época,
bem como à História, foi eternizado na revista por sua generosidade. A legenda
da foto dizia: “O preto Jeronymo, que socorreu a população pobre e rica de
Barretos [S. Paulo] no largo período da seca completa do manancial que
abastecia a cidade. Com grande trabalho lá ia o benemérito Jeronymo arranjar o
precioso líquido que distribuía, sempre de cara alegre e cobrando, dos que
podiam pagar, apenas o serviço do transporte. À falta de estatua, merece esta
consagração o risonho preto. (Original remetido pelo Dr. Raymundo Dias)”.
Jerônimo é somente um exemplo de
personagem negro da história de Barretos. Junto com ele vem a resistência, a produção
e todo o horizonte que a população negra ofereceu à cidade. Pela intermediação
do médico Mariano Dias, Jerônimo foi celebrizado pela revista “O Malho”, e, mais
de cem anos depois, nos serve como ícone para ilustrar este momento tão importante
onde as vozes negras precisam ocupar todos os espaços; a começar pela História.
Que essa se faça com (e por) mais Jerônimos.
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