terça-feira, 20 de outubro de 2020

DR. PAMPLONA

 ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 20 DE OUTUBRO DE 2020 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS  

Médicos e enfermeiros da Santa Casa de Barretos
no ano de sua inauguração, 1921.
O dr. Henrique Pamplona de Menezes, 1º diretor clínico,
é o que está sentado ao centro dos demais médicos.

(Fonte da imagem: Arquivo da Santa Casa de Misericórdia de Barretos).

            Dia 18 de outubro foi comemorado o “dia do médico”. Uma categoria profissional que, em Barretos, sempre se destacou pela participação no desenvolvimento da cidade e na vida política e social. E assim foi desde o início.

Barretos no início do século XX, apesar de isolada e pequena, era uma localidade atraente a novos moradores, essencialmente a profissionais liberais que enxergavam na economia pecuária e seu comércio uma oportunidade de viabilizar carreira. Deste modo, desde 1900, médicos recém formados se estabeleceram na cidade; nem sempre atendendo em clínica, e sim em domicílio, hotel ou pensão. Isso porque foi somente em 1912 que a cidade ganhou seu primeiro hospital, a Casa de Caridade, através da Sociedade Espírita “25 de dezembro”. Esse primitivo hospital, comandado pelo dr. Raymundo Mariano Dias, contava com 7 médicos e funcionou até pouco tempo antes da inauguração da Santa Casa de Misericórdia, em 1921. Um dos médicos da Casa de Caridade tornou-se o primeiro diretor clínico da Santa Casa, e por lá atuou durante toda a década de 1920. Chamava-se Henrique Pamplona de Menezes.

Conhecido como “dr. Pamplona”, era formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1884, e quando veio a Barretos, nos anos 1910, já era um médico experiente. Ainda na faculdade, defendeu a tese intitulada “Operação Cesariana” – um assunto novo à época - assim como os trabalhos: “Opio”, “Da febre” e “Parallelo entre a talha e a lithotricia”. Pelas pesquisas, vê-se que, na Santa Casa, ele atuou de forma enérgica na transformação do espaço, que tinha um forte cunho religioso, em um ambiente médico, regido pelos padrões da ciência, higienismo e asseio. Sua atuação foi de fato pela saúde pública. Recebia agentes da saúde pública e privada brasileira na Santa Casa, assim como os diversos visitantes ilustres, e preocupou-se em viabilizar à cidade o hospital que daqui há alguns meses comemorará 100 anos.

Ao dr. Pamplona, uma homenagem pelo Dia do Médico.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

ARMANI, Karla O. Caridade e Ciência: sociabilidade e poder na Santa Casa de Misericórdia de Barretos. Trabalho de Conclusão de Curso de Pós Graduação em História, Cultura e Sociedade. Ribeirão Preto: Centro Universitário Barão de Mauá, 2012.

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