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Almanach d'Oeste - 1902 Acervo pertencente ao Museu Histórico de Jaboticabal "Aloísio de Almeida" |
ARTIGO PUBLICADO PELA PROFª ESP. KARLA O. ARMANI MEDEIROS, EM 28 DE JUNHO DE 2018, NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS", PÁGINA 2
Barretos soma mais de dezesseis décadas de
trajetória. Tempo suficiente para se tornar um espaço de representatividade na
história da região, do estado e do país. De modo geral, as cidades possuem
ligações importantes e escrever sobre o passado delas, não necessariamente
requer falar só de suas particularidades, mas daquilo que possuem em comum, em
complemento ou em contraste. A isto, chamamos: “história regional”.
Toda produção historiográfica parte de
fontes históricas sobre o período recortado para ser estudado. No Brasil,
notadamente no estado de São Paulo, um vestígio histórico significativo para o
estudo da história regional são os antigos “almanaques”. Escritos ano a ano por
órgãos públicos ou autores independentes, os almanaques possuíam informações
gerais sobre os municípios, em destaque à agricultura, indústria e comércio.
Barretos foi retratada em vários
almanaques paulistas interessantes. Um deles, pouco usado nas pesquisas
memorialistas e acadêmicas sobre a cidade, é o “Almanach d’Oeste” organizado
por Guilherme Votta em edições a partir de 1901. O Museu Histórico de
Jaboticabal “Aloísio de Almeida” possui em seu acervo o volume II deste
almanaque, e nele o autor dedica 14 páginas sobre Barretos. Ali são registrados
nomes de personalidades da justiça, câmara municipal, coletoria, agência
postal, clero católico, associações, profissões liberais, indicadores gerais,
autoridades policiais e propagandas.
Quando analisado em recorte histórico,
mesmo Barretos pertencendo àquela região, nota-se a sua particularidade: a
pecuária. Ao escrever sobre comércio, os principais nomes são de invernistas e
negociantes de gado. Quanto às propagandas, verifica-se a presença das lojas de
secos e molhados que toda cidade interiorana possuía (mesmo sem linha de trem,
ainda). É visível também o quanto a cidade era desenvolvida no comércio do
bairro central ainda no seu meio século de existência.
Enfim, o pequeno almanaque dedicado a
várias cidades pode ser melhor estudado em seus pormenores e desdobramentos. Não
só o almanaque exemplificado, bem como outros livretos amarelados pelo tempo e
arquivados em importantes museus da região, têm muito a oferecer à nossa
identidade e cultura. Pensemos. Pesquisemos.
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