ARTIGO PUBLICADO PELA PROFª ESP. KARLA ARMANI MEDEIROS, EM 01 DE AGOSTO DE 2018, NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS", PÁGINA 2

É fato que a trama, roteiro, falas,
personagens, figurinos e cenários nem sempre andam com a realidade histórica.
Na verdade, quase não andam. Principalmente, quando se fala em tempo medieval,
tão distante de nós e fortemente fantasiado por contos infantis. A época
medieval, praticamente restrita à Europa, é estudada como um período de ruralização
econômica, domínio religioso, relações sociais imóveis, descentralização
política, guerras, saques e invasões. Mas, por outro lado, é famosa pelos
castelos e suas muralhas, costumes, rituais e roupagens dos nobres, músicas,
lendas e outras fantasias. E são tais elementos, atraentes ao público na
literatura, que são sobressaltados em séries, filmes e telenovelas. Alguns mais
fidedignos à época, como algumas séries estrangeiras. Assim foi com a novela “Deus Salve o Rei”, a qual usou da História
tão somente como inspiração à caracterização de cenas, paisagens e personagens.
É equívoco querer criticar a novela comparando-a à realidade histórica, da
mesma maneira que seus criadores e diretores não podem dizer o mesmo. Ali a História
foi somente retrato e fotografia, não plataforma de exibição. Mesmo porque, o
horário de apresentação e a faixa etária permitem uma trama com cenas
romanceadas, toques de humor e alguns conflitos. O que não obscureceu a
proposta de trabalhar temas atemporais: a vida predestinada por tradições, o
livre-arbítrio e a vida do povo sentenciada pelas decisões de seus governantes.
Sobretudo, à História cabe analisar
as novelas pelo olhar da teledramaturgia (como um todo), discutindo sobre seus
temas, autoria, direção, elenco, duração, cenário, público-alvo, proposta de
obra (ficção, realidade ou inspiração literária), contexto de criação e época
de transmissão. Afinal, novela é novela. Que a tratemos como tal.
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