ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 16 DE JANEIRO DE 2019 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS
A menina Giulietta Dionesi em foto pousada no ano de 1888 em Milão, Itália. (Fonte: site ebay) |
Ah! Giulietta! Os sons do teu violino
Choram, suspiram, rugem como o leão
Lembram sonoro rio cristalino
E tem soluços como um coração.
Choram, suspiram, rugem como o leão
Lembram sonoro rio cristalino
E tem soluços como um coração.
(Cruz e Souza, em “O Livro Derradeiro”)
Até o poeta Cruz e Souza não se
calou diante o talento daquela jovem italianinha que se lançara no Brasil como
uma brilhante violinista. A imprensa carioca, e depois a paulista e a mineira,
acompanhava os sucessivos concertos de Giulietta Dionesi junto a seu irmão
Romeo por diversas cidades.
Depois do concerto de julho de 1889 à
família real brasileira, no qual Dom Pedro II sofreu atentado na saída, no
próximo mês, Giulietta já seguia rumo a São Paulo e Minas Gerais, onde fez
séries de concertos em São Paulo, Santos, Bagé, Pelotas, Juíz de Fora e
Leopoldina. Os anúncios de jornal apresentavam uma garota, no início da
adolescência, com um currículo de conservatórios, diplomas e títulos em
instituições de Portugal, Espanha, Itália e, claro, “concertista do Palácio do
ex-imperador do Brasil D. Pedro II”.
Anúncio de concerto de Giulietta em São Paulo. (Fonte: "Correio Paulistano", 6/11/1890, p1, ed. 10.251 - Arquivo Biblioteca Nacional) |
A partir de 1890, passa a ser
empresariada e acompanhada pelo maestro e pianista Emílio Grossoni, com quem se
casa em 1893 na cidade de Sorocaba, aos 15 anos. Em 1892, junta-se a ela o
barítono Luciano Vitorazzo, que passa a acompanha-la nos concertos (inclusive
em Barretos). O principal foi em 1897 na cidade de Belo Horizonte. Já na virada
do século XX, Giulietta, seu marido e Vitorazzo fizeram tournet musical pelo interior de São Paulo, seguindo em 1902 para
Franca e Uberaba (MG), em 1903 para Araras, Piracicaba, Bragança, Jundiaí e
Amparo, em 1904 para Ribeirão Bonito, em 1905 para Jaboticabal, Matão, Monte
Alto, Ribeirãozinho e Barretos. E é em nossa cidade que ela permanece mais
tempo que o esperado, pois adoecera, vindo a falecer seis anos depois em MG.
Muitas viagens, concertos, aplausos, porém, uma triste vida familiar. [continua].
Fontes do Arquivo da Biblioteca Nacional (RJ):
- "Diário do Commercio" edições diversas do ano 1889, 1892 e 1897.
- "Minas Gerais: Orgam Official dos poderes do estado" edições de 1893 e 1897.
- "Correio Paulistano" edições diversas de 1890, 1902, 1903, 1904, 1905, 1906, 1909 e 1911.
Link da publicação no site do jornal "O Diário":
http://www.odiarioonline.com.br/noticia/80983/GIULIETTA-DIONESI-A-JOVEM-VIOLINISTA-PARTE-II
4 comentários:
Giulietta é minha bisavó. Estive ano passado em Ouro Preto tentando encontrar o registro de seu falecimento, porém não tive sucesso! Sua primogênita, Florentina Dionesi Grossoni, apelidada Nenita, casou-se com meu avô Manoel Caetano Teixeira, e com ele teve três filhos, sendo a caçula minha mãe, já falecida, Maria Lygia Teixeira. Gostaria muito de encontrar o registro de seu falecimento em Ouro Preto. A seguir lhe passo a data, que está registrada em um dos cadernos da vó Nenita...
Incrível! Gostaria de mais informações sobre o currículo e a história dela. Vc por acaso tem? Obrigado!
Oi Marcelo! Obrigada!
Eu fiz uma série de 4 artigos sobre a Giulietta. Você viu os 4? Ou só este?
Basicamente, tudo o que eu encontrei de informação, dilui nestes textos.
Para conseguir mais informações sobre ela só garimpando e lendo muito jornais da época (entre SP, RJ e MG).
Se precisar de algo mais específico, e caso eu tenha alguma informação a mais, entre em contato comigo pelo email: armani.historia@gmail.com
Que interessante! No livro, Pequena História de, Teatro, Circo, Música e Variedades em São João del Rei 1717 a 1967, de Antônio Guerra, é mencionada sua presença em São João del Rei, para concertos, nos anos 1897 e 1898.
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