ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 12 DE FEVEREIRO DE 2019 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS
| Reforma no prédio do 1º Grupo Escolar de Barretos, que resultou em sua demolição em 1971. (Fonte: Acervo do Museu "Ruy Menezes") |
Quando
pensamos na criação de um museu municipal, público, com a função de guardar
peças da história da cidade e criar condições para que a mesma seja escrita e
(re)contada, é interessante refletirmos sobre o que antecedeu a ideia de sua
criação. Ou seja, o projeto, a necessidade, a cobrança da sociedade, a origem
do acervo, o desejo popular e as manifestações da comunidade local. Sim, o
nosso museu foi pleiteado.
| Palácio das Águias, o paço municipal, nos anos 1940. Sede do Museu municipal desde 1979. (Fonte: Acervo do Museu "Ruy Menezes") |
As décadas de 1960 e 1970 foram
impactantes em Barretos quando o assunto é “história”, (a demolição dela). Em
especial aos patrimônios históricos e arquitetônicos, cuja monumentalidade por
si só revelavam o passado republicano, o auge da pecuária e o início da
urbanização barretense. A demolição do prédio do 1º Grupo Escolar, do primeiro
prédio da Santa Casa e de outros casarões, fazia com que (os poucos) defensores
do patrimônio temessem a salvaguarda da memória da cidade. As preocupações com
construções importantes como a primeira prefeitura, a “casa branca” do prefeito
Antonio Olympio e outras tantas, eram evidentes nos jornais. Verdadeiros
desabafos.
| Em primeiro plano, parte do prédio original da Santa Casa de Barretos, também demolido nos anos 70. Ao fundo, pavilhão construído nos anos 60. (Fonte: Acervo da Santa Casa de Barretos) |
Porém, o problema referente ao patrimônio
histórico, não se resumia somente aos prédios. Ainda mais, a cidade enfrentava
a falta de um museu municipal; de um local em que pudessem ser preservadas as peças,
fotografias, documentos e jornais. Deste modo, a criação do museu se relacionava
a essa necessidade de preservação dos patrimônios materiais. Como exemplo, algumas
reportagens de “O Diário” estampavam a premência de um museu: “Infelizmente em Barretos, embora sempre
surgindo o assunto e logo depois esquecido completamente, nunca se pôs em
prática a ideia de se fundar um museu municipal” (21/12/1969, p.2). O prefeito Ary R. de Mendonça, um
ano antes de assinar o decreto de criação do museu foi fortemente cobrado: “Ary, se o museu é prioritário, se os homens
para formá-lo já existem, pelo amor de Deus! Vamos salvar o que ainda não foi
roubado da ‘casa branca’” (23/2/1973, p. 2). A cobrança parece ter surtido
efeito, pois, em 1979, dr. Melék e a Prof Lydia inauguravam o museu. Ainda bem!
[continua].
Fontes:
Jornal "O Diário de Barretos", edições de 21/12/1969 e 23/2/1973. Acervo do Museu "Ruy Menezes".
Link da publicação no site do jornal "O Diário":
http://www.odiarioonline.com.br/noticia/81880/40-ANOS-DO-MUSEU-PARTE-II
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