quarta-feira, 26 de junho de 2019

130 ANOS DE MARCELLO TUPYNAMBÁ (PARTE IV)

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 25 DE JUNHO DE 2019 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS
Marcello Tupynambá
(Fonte: FREITAG, Léa Vinocur.
Momentos de Música Brasileira.
São Paulo: Nobel, 1985, p. 115.)


          Entre 1917 e 1921, o compositor Marcello Tupynambá viveu em Barretos e Olímpia. Foi pouco tempo, mas um período crucial em sua biografia. O jornal “Diário de Barretos”, já em 1917, registrou sua participação em um baile no “Barretense Club” e na reunião dos escoteiros. No ano seguinte, inteirado à vida social da cidade, ele musicou o Hino do Tiro de Guerra 512; com letra de Osório Rocha.
Em 1921, quando se mudou de Olímpia para São Paulo, sua carreira musical se propagou. Porém, mesmo distante, incluiu Barretos como seu destino durante concertos que fez no estado paulista. No início do ano de 1925, Marcello realizou um concerto na “União dos Empregados no Comércio” junto ao intérprete Sílvio Vieira (1889-1970). Nesta ocasião, Osório Rocha, jornalista e conferencista, discursou aos barretenses: “Ah! Já não era sem tempo! Temos enfim a música nacional! [...]. Ouçamos hoje Marcello Tupynambá, cuja música revela, tão bem, a alma brasileira; cuja música é um lago, é uma corrente, é um rio. É o Rio Grande”. Os dizeres de Osório eram a tradução da necessidade de ambientar a obra de Tupynambá ao seu percurso em Barretos; ao regionalismo. Em 1932, em de 18 de maio, ele voltou a Barretos para novo concerto, então realizado no Grêmio Literário e Recreativo, junto ao cantor Francisco Gorga.
            Sua relação com a cidade se originava também pela família de sua esposa, Irene de Menezes. Esta, era prima da pianista barretense Haydée de Menezes; que na década de 1930 morava em São Paulo, e, por vezes, era citada na imprensa junto ao Maestro Tupynambá. Em 1945, foi concedido a Marcello, o título de “sócio benemérito” do Tiro de Guerra nº 512; quando era presidente o jornalista Ruy Menezes.   
            A carreira de Tupynambá se aventurou pela música, imprensa e rádio. Foi longa. Participou de essenciais momentos da história da MPB. Vivenciou diferentes tecnologias da arte. E soube explorar o que de mais peculiar havia aqui, no interior paulista, em nossa Barretos: a identidade; a cultura; a vivência. [fim]


Referências bibliográficas:
ALMEIDA, Benedito Pires de. Marcelo Tupinambá: Obra Musical de Fernando Lobo. São Paulo: Ed. do Autor, 1993.
FREITAG, Léa Vinocur. Momentos de Música BrasileiraSão Paulo: Nobel, 1985, p. 115.
MENEZES, Ruy. Espiral: história do desenvolvimento cultural de Barretos. Barretos: Intec, 1985, p. 165-170.
ROCHA, Osório (in memorian)Reminiscências, volume II. Ribeirão Preto: Cori Editora, 199(?).

Periódicos:
O DIÁRIO DE BARRETOS, jornal de Barretos. Ano 1917. Arquivo do Museu "Ruy Menezes".
CORREIO PAULISTANO, jornal de São Paulo. Edição do dia 13/7/1938, p. 6. Arquivo da Biblioteca Nacional. 

Link da publicação no site do jornal "O Diário":

Artigo original do jornal "O Diário", 25/06/2019, p. 2:


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