terça-feira, 10 de novembro de 2020

RAPHAEL BRANDÃO: O PRIMEIRO PREFEITO

 ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 27 DE OUTUBRO DE 2020 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS             

Raphael da Silva Brandão
Fonte: Galeria de Prefeitos do Museu "Ruy Menezes"

Em época de eleição municipal cresce o interesse pela história política da cidade. O barretense tem na memória a figura de prefeitos mais recentes, mas pouco conhece a respeito dos primeiros chefes do Executivo. Assim é o caso do nosso primeiro Intendente Municipal, Raphael da Silva Brandão, que em Barretos assumiu a Intendência em 1/10/1892 até 9/1/1894, sendo vereador em diversos mandatos. Provavelmente, além de ser nosso primeiro prefeito, foi também o mais jovem. Era mineiro, nascido em 3/2/1864, em São José dos Botelhos, e, aos 2 anos, junto ao seu pai Luiz Brandão e Filomena Tortorela, italianos, foi para Uberaba, onde era mascate e vendia diversos artigos pelos rincões do Triângulo Mineiro.

            A história de Raphael Brandão na cidade se assemelha a de outros figurões políticos na transição do século XIX para o XX, os quais vieram de outras localidades, compuseram amizades com líderes locais e tão logo entraram para a política. Assim foi com Raphael Brandão ao atravessar o Rio Grande e praticar comércio nas terras paulistas, onde quis fixar-se de imediato. Era 1885 quando saiu de Uberaba/MG e veio morar em Barretos, lugarejo em que se tornou amigo e companheiro do Cel. João Carlos de Almeida Pinto, a esta altura um forte líder político local.

            Com esta amizade, tornou-se conhecido social e politicamente dos moradores da cidade, casando-se com a filha do maestro Gomide, a sra. Veridiana Gomide Brandão, com a qual teve 5 filhos. Pelo ciclo social e político, firmou-se como membro do diretório do Partido Republicano local e fora nomeado para os cargos de Delegado de Polícia e Juiz Municipal. Não tardou para ser eleito como vereador e, como praxe, Intendente Municipal, o primeiro prefeito após a instalação da Comarca. A qual, foi finalmente instalada também por sua atuação junto ao líder republicano paulista Alfredo Ellis. Como político local, sensibilizou-se com a questão alimentícia dos presos e com a criação do novo cemitério. Foi nomeado como Coronel da Guarda Nacional em 1910 e Coletor Federal em 1914, aposentando-se pouco antes de sua morte, em 26/12/1935.

Nenhum comentário: