quinta-feira, 13 de junho de 2019

130 ANOS DE MARCELLO TUPYNAMBÁ (PARTE II)

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 12 DE JUNHO DE 2019 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS
          
      
Marcello Tupynambá em foto pousada.
(Fonte: LEANDRO, M. T. 2005, p. 3).

  O músico e compositor Fernando Álvares Lobo (pseudônimo Marcello Tupynambá), um ano após escolher Barretos como seu destino para trabalhar na engenharia civil, se casou com a barretense Irene de Menezes. Segundo memorialistas, quando noiva, Irene foi a responsável por convencer Tupynambá a compor melodias para a editora musical Campassi & Camin, em troca de um piano como pagamento. Dentre essas músicas, o tanguinho “Tristeza de Caboclo”, gravado em disco estrangeiro, em um ano vendeu 120 mil exemplares. Um sucesso à época do fonógrafo!
Irene de Menezes e Marcello Tupynambá.
(Fonte: ALMEIDA, 1993, p. 15).
            Segundo o estudo de mestrado (USP/2005) realizado pelo bisneto de Tupynambá, o pesquisador Marcelo Tupinambá Leandro, 1917 e 1918 foram os anos de maior sucesso de vendas das músicas do compositor. Naquela época, mesmo com sua decisão de não se dedicar exclusivamente à música, suas canções de estilo “tango” e “maxixe” já eram reconhecidas como criações triunfais e “genuinamente nacionais”. As canções populares de Tupynambá se entrelaçavam a composições de outros músicos contemporâneos, como Chiquinha Gonzaga, Donga e Joubert de Carvalho. O mesmo estudo apontou ainda que, no contexto da história da cidade de São Paulo, os fatores de maior difusão da obra de Tupynambá foram: o “teatro musicado” (como a Revista “São Paulo Futuro” musicada por ele em 1914) e a “impressão de partituras” às editoras musicais. Suas obras apreciadas no teatro e cinema, escritas em partituras para depois serem gravadas, eram a garantia do reconhecimento de Marcello como músico cuja obra se popularizava, não só pelo público, mas pelos temas de brasilidade e regionalismo.
            O “tango” e o “maxixe”, como canções populares, se aproximavam das camadas médias da sociedade, por conta de mudanças estruturais que davam leveza à melodia. De um estilo instrumental, esse tipo de música se transformou em canção, com cantores, interpretação em teatro, apresentação em cinema, exibição em cafés e bailes. Enfim, em conexão e sinergia à vida urbana. Na capital e no interior. [continua].

Referências bibliográficas:
ALMEIDA, Benedito Pires de. Marcelo Tupinambá: Obra Musical de Fernando Lobo. São Paulo: Ed. do Autor, 1993.
LEANDRO, Marcelo Tupinambá. A criação musical e o sentido da obra de Marcello Tupynambá na música brasileira (1910-1930). Dissertação de mestrado. Departamento de Música da
Escola de Comunicações e Artes, USP.  Orientadora: Drª. Flávia Camargo Toni. 2005.
MENEZES, Ruy. Espiral: história do desenvolvimento cultural de Barretos. Barretos: Intec, 1985, p. 165-170.

Link da publicação no site do jornal "O Diário":



Artigo original do jornal "O Diário", 12/06/2019, p. 2:

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