quinta-feira, 6 de junho de 2019

OS 130 ANOS DE MARCELLO TUPYNAMBÁ (PARTE I)

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 04 DE JUNHO DE 2019 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS
          
Marcello Tupynambá (Fernando Álvares Lobo)
(Fonte: www.marcellotupynamba.com.br)
                 Há 130 anos, em 30 (ou 29) de maio de 1889, nascia o compositor e maestro Fernando Álvares Lobo; conhecido sob o pseudônimo Marcello Tupynambá. Para a história da MPB, ele se notabilizou como um dos precursores de um estilo musical nacionalista e regionalista no início do século XX. Um artista erudito, de música popular. Mas, para Barretos, ele foi mais um artista que aqui residiu, contribuindo para seu engrandecimento cultural, a ponto de se tornar o patrono da cadeira 22 da Academia Barretense de Cultura; a qual hoje é ocupada pelo acadêmico Mussa Calil Neto.
            Paulista do interior, nascido em Tietê-SP, oriundo de uma família de músicos e maestros, desde muito cedo aprendeu a tocar instrumentos musicais e participou de concertos. Porém, sua formação acadêmica foi na Engenharia Civil pela Escola Politécnica de SP, em 1916. Como engenheiro civil, dedicou-se na profissão até 1921, quando passou a sofrer com uma doença que lhe tirou grande parte da visão.
            Aliás, foi a formação em engenharia civil que levou Fernando a escolher Barretos para residir e trabalhar. Era 10/1/1917 quando o recém engenheiro se instalou no Hotel São José, e, em poucos dias, se ambientou na cidade, onde fez amizades. Em 1918, casou-se com a jovem Irene de Menezes, filha de Nicomedes F. de Menezes, com quem teve 7 filhos e foi residir em Olímpia. Ali, além de obras e medições, trabalhou como engenheiro na construção da Igreja Matriz e do jardim da praça.
            Apesar de, no início, Fernando não se profissionalizar pela música – haja vista a opção do pseudônimo encobrir a verdadeira identidade do engenheiro – alguns fatores o levaram a isso. Quando chegou a Barretos, ele já era um compositor conhecido na capital pelo sucesso da Revista Teatral “São Paulo Futuro” de 1914; composto em 1918, seu tango “Tristeza de Caboclo” vendeu 120 mil exemplares em 1 ano; mas foi a doença nos olhos que o aproximou da música como profissão. Mudou-se, então, para São Paulo, deixando em Barretos um grande legado a ser contemplado. [continua].

Referências bibliográficas:
ALMEIDA, Benedito Pires de. Marcelo Tupinambá: Obra Musical de Fernando Lobo. São Paulo: Ed. do Autor, 1993.
MENEZES, Ruy. Espiral: história do desenvolvimento cultural de Barretos. Barretos: Intec, 1985, p. 165-170. 
- Biografia escrita e organizada por MUSSA CALIL NETO, acadêmico da cadeira 22 da ABC, entregue à Biblioteca “Olivier Waldemar Heiland” em 31/8/1991.
- Site comemorativo aos 125 anos do compositor: www.marcellotupynamba.com.br 


Link da publicação no site do jornal "O Diário":


Artigo original do jornal "O Diário", 04/06/2019, p. 2:

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