ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 7 DE JANEIRO DE 2020 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS
Eis que o ano de 2020 se anunciou, e
com ele se finaliza mais uma década. O ano 20 do século XXI é a transição para
o início da nova década, que apenas se anunciará em 2021 e se findará em 2030.
É uma passagem para os que se acostumaram em contabilizar o tempo em décadas e
gerações. É também o marco para relembrar a experiência do “roaring
twenties”, dos “loucos anos 20” – do século passado.
"Estrada de Ferro Central do Brasil" autoria de Tarsila do Amaral, 1924 Coleção do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. |
A expressão “loucos anos 20” é
historicamente conhecida por demarcar a efervescência cultural vivenciada nos
país europeus, nos EUA e outros países, como o Brasil. Quebra de padrões,
vanguardas artísticas, novos hábitos e “modus vivendi” que
revolucionaram a literatura, música, teatro, cinema, arquitetura e a moda. O Charleston,
o jazz, os programas de rádio, os discos de vinil, as melindrosas de
cabelos curtos e as pinturas abstratas apresentavam o que vida queria da arte;
e esta da vida.
Um novo tempo se lançou. Um tempo que se
firmava como “inédito” pelo fim da 1ª Guerra Mundial e, com ele, o advento de outros
modelos políticos, econômicos e diplomáticos. Por outro lado, discursos
nacionalistas, disputas ideológicas, modelos sociais e debates entre economia
liberal e centralizada também pontuavam aquela década. Um mosaico de povos e
pensamentos. O prenúncio de novos conflitos.
No Brasil, no aspecto da cultura, o movimento
do Modernismo promovia as vanguardas artísticas, predizendo uma cultura
genuinamente brasileira. Porém, na política e economia, ainda se via um
continuísmo da velha política do coronelismo, com ares liberais no mercado e
intervencionismo no giro do café, além do conservadorismo de praxe à cidadania.
Mulheres ainda não votavam e a industrialização caminhava a passos curtos. Porém,
foram os anos 20 o período de manifestação, conflitos e lutas pelo que haveria
de chegar nos anos 30. Uma anunciação das camadas médias.
Diante disso, impossível não pensar em tudo
que mudou e, mais ainda, em como serão os mesmos anos 20, mas agora do nosso
século XXI. Também “loucos”?
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