ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 14 DE ABRIL DE 2020
(página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS
Edição de "O Sertanejo" de 31/03/1912, ed. 383, estampando o perfil de seus redatores, jornalistas e diretores (Fonte: Arquivo do Museu "Ruy Menezes"). |
Há, ainda, que considerarmos um
outro olhar a estes profissionais (fora do presente); quando os jornalistas se
tornam contadores de vivências e produtores de vestígios sobre uma época. Isto
é, quando se tem a intenção de estudar um certo período da sociedade no passado,
os jornais tornam-se fontes imprescindíveis de informações e detalhes ao
historiador. Desta forma, tem o jornalista a capacidade de eternizar os fatos,
pelo menos através da sua visão, conceituação e entendimento da realidade.
Torna-se, portanto, agente produtivo de vestígios a serem estudados pelos
historiadores do futuro. Escultor de uma realidade horizontal.
No entanto, outra perspectiva também
precisa ser apontada. Além de agente, o jornalista é personagem do tempo, visto
que é um ser humano, cidadão e profissional dotado de opiniões, circunstâncias
e visões particularizadas. Por mais que a imparcialidade seja o objetivo (ao
menos em tese), os discursos são montados de acordo com a realidade do
presente, a necessidade da redação do jornal e as tratativas da época. Talvez
sejam essas individualidades, assim como as intencionalidades do jornalista e
do jornal em si, que interessem mais ainda aos historiadores. Afinal, são estes
os verdadeiros vestígios humanos que a História sempre tenta captar – mais do
que o fato, é o homem que ela quer interpretar, investigar e traduzir no tempo.
Ao se debruçar em jornais antigos, os perfis dos jornalistas, inclusive as
assinaturas em pseudônimos, são o alvo e, simultaneamente, o primeiro rastro a
ser desvendado diante aquela fonte histórica; depois vêm os fatos, as fotos, as
informações, os detalhes e todo o resto.
Portanto, caros jornalistas, contribuam
ao futuro da História com suas assinaturas nos textos – os seus perfis são
essenciais para a compreensão de quando o hoje virar passado. De agentes da
informação, vocês se tornam personagens do tempo.
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