terça-feira, 7 de abril de 2020

SOBRE A QUARENTENA


ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 07 DE ABRIL DE 2020 
(página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS 

Imagem ilustrativa da obra "O Diário de Anne Frank" 
(Fonte google)

           
O isolamento social e a consequente quarentena não têm sido fáceis para ninguém. Para quem mora sozinho, a solidão pesa. Aqueles que tem crianças, se desbravam em distraí-las e instruí-las num ambiente fechado, driblando e reconduzindo a energia de dentro delas. O home-office tem sido uma alternativa para certos profissionais, porém, outros se desesperam em não ter essa possibilidade.
            Tivemos, portanto, de nos reinventar e nos apegar à esperança de que tudo isso um dia acabe. O problema é que, mesmo protegidos contra o coronavírus em casa, o isolamento, quando não bem administrado, pode potencializar e gerar outras doenças à mente e ao corpo. O medo e a desesperança causam pânico. Mesmo com mensagens de incentivo vindas das autoridades e de líderes religiosos, muitas pessoas parecem focar no pânico e manifestam sinais claros de ansiedade, depressão, tristeza, dores, etc.
            Nenhuma dor é pouca. Nenhuma dor deve ser desmerecida, descreditada ou invalidada. Porém, talvez exista algo que possa minorar essas sensações, como por exemplo, focar na proteção que o isolamento oferece, nas estatísticas proporcionais de redução de contaminação e na contribuição ao não colapso do sistema de saúde. Ainda mais, pensar em exemplos piores também nos fazem refletir sobre como somos privilegiados em nos manter isolados no aconchego de nossos lares.
            Livros como “O Diário de Anne Frank” são necessários mais do que nunca. Essa obra, publicada após o fim da 2ª Guerra, é a descrição do diário da adolescente Anne, que, junto à sua família e à família Vaan Dan, tiveram de ficar escondidos (não em quarentena, mas escondidos) por 2 anos dentro de um pequeno anexo. O motivo? Simplesmente para não serem mortos, pois eram judeus, e fugiam do genocídio nazista durante o período hitlerista. Não podiam sequer abrir uma fresta da cortina. Dois anos sem ver o sol, comendo mal, se arriscando, para no fim... Enfim. Leiam o livro, e tirem suas próprias conclusões. A nossa quarentena vai parecer um bálsamo.  


Nenhum comentário: