“O passado não é o antecedente do presente, é sua fonte.”
(Ecléa Bosi)
Em uma agradável conversa com meu avô, Antônio Ribeiro de Oliveira, descobri que ele foi aluno do “3º Grupo Escolar” nos anos de 1949, 1950 e 1951, hoje E. E. “Cel. Almeida Pinto”. Através disto, foram observados alguns casos interessantes que, se contextualizados com a história do país e da cidade, poderão render bons frutos à memória escolar. Além do mais, tais casos refletem a situação educacional da época e possibilitam pesquisas acadêmicas neste âmbito.
Considerando que o prédio da escola foi inaugurado em 1951, conta o ex-aluno que a comunidade do local não estava de acordo com sua construção. Isso aconteceu em razão da própria localidade do prédio, no “Largo São Sebastião”, pois, segundo a comunidade, o lugar era de posse do Santo e, por isso, deveria ser construída uma Igreja e não uma escola. Com a doação do terreno pela Prefeitura Municipal, na administração do Prefeito João Ferreira Lopes, o prédio foi construído com as verbas do governo estadual. Entretanto, “o prédio começou a rachar, rachaduras leves, e o povo começou a falar que foi por causa do Santo”, relatou Antônio, que muito atentamente observava os acontecimentos e não acreditava que as rachaduras eram castigos do Santo.
Lembra Antônio, com alegria, dos Desfiles Cívicos, onde os alunos apresentavam-se todos os anos com a Fanfarra da Escola. Todos os dias dentro da sala, antes do início da aula, os alunos cantavam o Hino Nacional e era certo o respeito ao Diretor, talvez por temer sua atitude. As matérias eram divididas em quatro, valendo cem pontos cada uma: Linguagem Escrita, Leitura e Linguagem Oral, Aritmética e Conhecimentos Gerais.
A memória do ex-aluno desencadeou, entre muitos sorrisos, todo o cenário escolar da década de 50. Durante a conversa, percebem-se características como o misticismo e a religiosidade da comunidade, o patriotismo escolar e a ativa participação dos alunos nos eventos sociais da cidade, não meramente por comemorar datas cívicas, mas, pela simples felicidade em apresentar-se ao público com as músicas ensaiadas e representar gloriosamente sua escola. Por fim, lembrar o passado é ajudar buscar referenciais ao presente, ainda mais pelas lembranças de uma figura por vezes esquecida na história: o aluno.
Observações: Olhando as fichas de exame do vovô, reparei que foi um bom aluno, entre elas, foi “promovido” em 1951 pela Profª Nelsy Bernardi: Parabéns!
Agradecimentos à Direção da E.E. “Cel. Almeida Pinto” pela disponibilidade dos arquivos.
ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL ''O DIÁRIO'', EM 07 DE NOVEMBRO DE 2008.
(Ecléa Bosi)
Em uma agradável conversa com meu avô, Antônio Ribeiro de Oliveira, descobri que ele foi aluno do “3º Grupo Escolar” nos anos de 1949, 1950 e 1951, hoje E. E. “Cel. Almeida Pinto”. Através disto, foram observados alguns casos interessantes que, se contextualizados com a história do país e da cidade, poderão render bons frutos à memória escolar. Além do mais, tais casos refletem a situação educacional da época e possibilitam pesquisas acadêmicas neste âmbito.
Considerando que o prédio da escola foi inaugurado em 1951, conta o ex-aluno que a comunidade do local não estava de acordo com sua construção. Isso aconteceu em razão da própria localidade do prédio, no “Largo São Sebastião”, pois, segundo a comunidade, o lugar era de posse do Santo e, por isso, deveria ser construída uma Igreja e não uma escola. Com a doação do terreno pela Prefeitura Municipal, na administração do Prefeito João Ferreira Lopes, o prédio foi construído com as verbas do governo estadual. Entretanto, “o prédio começou a rachar, rachaduras leves, e o povo começou a falar que foi por causa do Santo”, relatou Antônio, que muito atentamente observava os acontecimentos e não acreditava que as rachaduras eram castigos do Santo.
Lembra Antônio, com alegria, dos Desfiles Cívicos, onde os alunos apresentavam-se todos os anos com a Fanfarra da Escola. Todos os dias dentro da sala, antes do início da aula, os alunos cantavam o Hino Nacional e era certo o respeito ao Diretor, talvez por temer sua atitude. As matérias eram divididas em quatro, valendo cem pontos cada uma: Linguagem Escrita, Leitura e Linguagem Oral, Aritmética e Conhecimentos Gerais.
A memória do ex-aluno desencadeou, entre muitos sorrisos, todo o cenário escolar da década de 50. Durante a conversa, percebem-se características como o misticismo e a religiosidade da comunidade, o patriotismo escolar e a ativa participação dos alunos nos eventos sociais da cidade, não meramente por comemorar datas cívicas, mas, pela simples felicidade em apresentar-se ao público com as músicas ensaiadas e representar gloriosamente sua escola. Por fim, lembrar o passado é ajudar buscar referenciais ao presente, ainda mais pelas lembranças de uma figura por vezes esquecida na história: o aluno.
Observações: Olhando as fichas de exame do vovô, reparei que foi um bom aluno, entre elas, foi “promovido” em 1951 pela Profª Nelsy Bernardi: Parabéns!
Agradecimentos à Direção da E.E. “Cel. Almeida Pinto” pela disponibilidade dos arquivos.
ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL ''O DIÁRIO'', EM 07 DE NOVEMBRO DE 2008.
Um comentário:
Seja menos jornalista ao falar do teu avô, menina hahaha
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