Leitores, já tiveram aquela sensação de se lembrar de algo ao sentir um cheiro ou um gosto, ouvir uma música ou ver uma cena? Essas sensações são despertadas quando nossa memória afetiva entra em ação e nos recordamos de certos momentos parecendo que estamos os revivendo novamente. Por conta disso, as vezes um singelo verso de uma música leva os pensamentos às alturas e aguça os nossos sentidos fazendo com que entremos no “clima” de um dado momento. É assim que muitos barretenses sentem um clima especial neste mês de agosto, vejam só...
“Vento gelado batendo em meu rosto me diz que é agosto...”, o que isso nos lembra? Porque os versos de Bezerrinha nos trazem recordações tão sutis? Seja por trazer lembranças dos tempos da escola quando aprendíamos a cantar estes versos ou seja pela própria intenção da música de nos colocarmos no clima da Festa do Peão, Bezerrinha nos transpõe a uma realidade agradável em que os barretenses compartilham de sensações em comum. Estas sensações são referentes às características que formam a identidade do barretense, isto é, tudo aquilo que possuímos em comum e construímos juntos: a nossa história.
Ora, segundo os registros da história da cidade, foi em agosto de 1854 que tudo começou! Foi neste período que a Vila do Espírito Santo dos Barreto foi fundada e desde os anos 40 do século XX os barretenses relembram esta data como feriado municipal. Por isso, a comemoração da fundação da cidade aliada a famosa Festa do Peão que anima Barretos desde os anos 50, explicam o clima que se faz presente na cidade no mês de agosto, tão especial.
É em agosto que a história da cidade é comentada, analisada e revista entre os próprios barretenses como uma busca pela identidade dos povos sertanistas a fim de criar entre nós um saudável sentimento de bairrismo. É em agosto que as crianças aprendem quem foram Chico Barreto e Ana Rosa, onde é o marco zero da cidade, porque o Divino Espírito Santo é o nosso patrono. E, por fim, é também em agosto que aprendemos a cantar os versos escritos por Osório Rocha, tocados por Aymoré do Brasil e descritos como o Hino de Barretos, para depois ficarem guardados em nossa memória afetiva: “Por Barretos bandeirante, desbravador do Sertão! Pela Pátria, Avante! Avante! Levantando o coração”.
ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO" (BARRETOS/SP), EM 06 DE AGOSTO DE 2010.
Um comentário:
Essa última frase acabou de me dar uma incrível idéia!! obrigada brow... é mesmo inspirador o que vc escreve... quanta paixão barretense! me fez lembrar do ano retrasado (eu acho) que nós desfilamos no dia do aniversário da cidade, lembra?
BeijOs!
Postar um comentário