ARTIGO PUBLICADO
PELA PROFª ESP. KARLA ARMANI MEDEIROS, EM 05 DE SETEMBRO DE 2018, NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS", PÁGINA 2
Reportagem sobre a varíola no Jornal O Sertanejo, 9/6/1901, p. 3 |
Acontece que essa realidade, espanta. Espanta por
estarmos em pleno século XXI, onde a comprovação dos benefícios das vacinas é
evidente e a manutenção da carteira de vacinação das crianças é obrigação dos
pais. No passado, quando a vacina era algo novo, a resistência por algo
desconhecido era de certa forma “natural”. Até o momento em que a população
passou a sofrer com as epidemias que poderiam ser evitadas pela vacinação, tão
divulgada pelas campanhas sanitaristas e defendidas pelos médicos.
Podemos, inclusive, citar um caso da nossa própria
história. Era o ano de 1901, quando em fevereiro, chega a Barretos um dos
primeiros médicos formados: dr. Mathias Lex (cunhado do Cel. Almeida Pinto).
Veio da capital paulista para passar poucos meses na cidade, mas acabou fixando
residência por aqui. No mesmo ano, a Câmara Municipal de Barretos, seguindo
diretrizes do Serviço Sanitário do Estado, organizou uma campanha de vacinação
contra a varíola, cujo encarregado do serviço foi o dr. Lex. Porém, conforme
relata notas do jornal “O Sertanejo”, a população não aderiu de prontidão à
campanha; mesmo o médico alertando o fato da “linfa vacínica” ser pura e a dor
no braço quase imperceptível. Sobre isso, o dr. Lex desabafou: “tenho notado que os habitantes desta cidade
e de toda a comarca, são em geral, refractarios à vaccinação preventiva contra
a varíola (bexigas) e o são, estou certo, por não terem tido ocasião de
presenciar epidemias ou casos isolados dessa terrível doença” (9/6/1901, p.
1).
Se já em 1901 causava espanto e indignação o fato dos
pais não levarem seus filhos para vacinar, o que dizer sobre a mesma situação
em 2018? Pensemos.
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