quinta-feira, 6 de setembro de 2018

BARRETENSES E A VACINAÇÃO


ARTIGO PUBLICADO 
PELA PROFª ESP. KARLA ARMANI MEDEIROS, EM 05 DE SETEMBRO DE 2018, NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS", PÁGINA 2

        
Reportagem sobre a varíola no Jornal O Sertanejo, 9/6/1901, p. 3
   
São visíveis os esforços da Secretaria Municipal de Saúde em concretizar a campanha de vacinação contra o Sarampo e a Poliomielite no mês de agosto. As equipes de vacina se mobilizaram até as escolas públicas e privadas para conseguir alcançar o público alvo da campanha: crianças entre 1 a 5 anos. Esse cenário se deve por ainda existirem alguns pais resistentes ou relapsos em relação à vacinação dos filhos.
            Acontece que essa realidade, espanta. Espanta por estarmos em pleno século XXI, onde a comprovação dos benefícios das vacinas é evidente e a manutenção da carteira de vacinação das crianças é obrigação dos pais. No passado, quando a vacina era algo novo, a resistência por algo desconhecido era de certa forma “natural”. Até o momento em que a população passou a sofrer com as epidemias que poderiam ser evitadas pela vacinação, tão divulgada pelas campanhas sanitaristas e defendidas pelos médicos.
            Podemos, inclusive, citar um caso da nossa própria história. Era o ano de 1901, quando em fevereiro, chega a Barretos um dos primeiros médicos formados: dr. Mathias Lex (cunhado do Cel. Almeida Pinto). Veio da capital paulista para passar poucos meses na cidade, mas acabou fixando residência por aqui. No mesmo ano, a Câmara Municipal de Barretos, seguindo diretrizes do Serviço Sanitário do Estado, organizou uma campanha de vacinação contra a varíola, cujo encarregado do serviço foi o dr. Lex. Porém, conforme relata notas do jornal “O Sertanejo”, a população não aderiu de prontidão à campanha; mesmo o médico alertando o fato da “linfa vacínica” ser pura e a dor no braço quase imperceptível. Sobre isso, o dr. Lex desabafou: “tenho notado que os habitantes desta cidade e de toda a comarca, são em geral, refractarios à vaccinação preventiva contra a varíola (bexigas) e o são, estou certo, por não terem tido ocasião de presenciar epidemias ou casos isolados dessa terrível doença” (9/6/1901, p. 1).
            Se já em 1901 causava espanto e indignação o fato dos pais não levarem seus filhos para vacinar, o que dizer sobre a mesma situação em 2018? Pensemos.

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