quarta-feira, 26 de setembro de 2018

MEMÓRIAS DA VIDA

Já entrevistei bons personagens da história da cidade. Muito me orgulho disso!
ARTIGO PUBLICADO  PELA PROFª ESP. KARLA ARMANI MEDEIROS, EM 26 DE SETEMBRO DE 2018, NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS", PÁGINA 2

            Hoje, reservo-me no direito de escrever em primeira pessoa. A justificativa de tal “ousadia” é por pretender falar sobre sentimentos. Sobre pessoas. É certo que nestas poucas linhas, sempre me atrevo a escrever sobre a história da cidade. Mas é por justamente acreditar que a história de uma cidade se faz pela história das pessoas, é que hoje pretendo uni-las: a cidade, o passado e as pessoas.
            Semanas atrás, procurou-me um senhor, já octogenário, muito inteligente, vivaz e de excelente memória. Munido de fotografias, registros de todos os tipos e fresca memória, sua intenção era obter minha ajuda – como  historiadora – para escrever um livro sobre sua vida. Vida essa que perpassava a história política de Barretos, bem como aspectos do esporte, filantropia, educação, etc. Infelizmente, não pude ajudá-lo, já que estou afastada de diversas atividades por causa da maternidade, de meus filhos pequenos.
            Ofereci ajuda básica, como leitura do material já previamente pronto, revisão de texto (algo que daria para fazer em casa). Mas foi nítida sua decepção. Ele precisava de ajuda na escrita do computador, coleta de informações, roteiro de escrita e organização do material. E eu, mesmo empolgada com sua história, justificando repetidas vezes a fase difícil na qual me encontro e indicando outros colegas, não pude ajudá-lo.
            Diante disso, fiquei pensando... quanto material (físico e oral) a história da cidade perde quando não registra as memórias dos mais velhos? Quanto a própria família desses idosos perde em não ouvir a sua experiência pessoal e conhecer a contribuição dos mesmos à cidade? Seria tão bom se netos não só ouvissem seus avós, bem como registrassem o que eles viveram para poder contribuir à identidade e história do lugar em que vivemos.
            Espero que minhas indicações sejam usadas para que este senhor mantenha viva sua história, tão rica também à cidade. E que não só ele, como qualquer barretense mais velho, seja reconhecido como importante fonte de vida e memória na própria família!

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