ARTIGO PUBLICADO PELA PROFª ESP. KARLA ARMANI MEDEIROS, EM 19 DE SETEMBRO DE 2018, NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS", PÁGINA 2
Interessante imaginar o cenário da nossa cidade há 100 anos atrás, não é?
Arquivo da Sta Casa de Btos |
Sobre aquele povoado de 24 mil habitantes, poucas fontes ainda existem em arquivos públicos. Especificamente sobre 1918, há alguns exemplares de jornais arquivados na Santa Casa. São eles: “O Commercio” de Cincinato Homem com chefia de redação do Cel. Almeida Pinto e “O Imparcial” de Gumercindo e Jesuíno Ferraz, e José Dias Leme como redator chefe.
Arquivo da Sta Casa de Btos |
Ambos jornais apresentavam notícias importantes da cidade (visto a construção da Santa Casa), além de notas sobre viagens, doenças, falecimentos, nascimentos e casamentos de personalidades barretenses e editais públicos. Informações relevantes também são vistas nos anúncios de profissionais liberais e casas de comércio.
Apesar de Barretos naquele momento ser um importante entreposto da pecuária, com diversos invernistas, negociantes de gado e enormes fazendas, percebe-se quão o centro da cidade se traduzia em aparato comercial (e quiçá industrial). Só nestes dois jornais são notáveis anúncios de escola, engenho de beneficiamento de arroz, selaria, armazéns, serraria e depósito de madeira, tipografia, restaurante, loja de semente, loja de instrumentos musicais, farmácia, pensionato, oficina mecânica, oficina de serralheria e ferraria, relojoaria e mercadinho. Sem contar os anúncios de atividades liberais tal qual advogado, professor, médico, dentista, farmacêutico, pintor e fotógrafo. A prática cultural também é vista nos jornais pela programação (interessante!) dos teatros Éden e Santo Antônio, que exibiam filmes e apresentações teatrais. Afora informações sobre circos (exemplo: Circo François) e companhias particulares as quais por aqui perambulavam.
Diante tantos locais e nomes, é possível imaginar um pouco sobre como era Barretos em 1918, pelo menos na realidade do centro da cidade, e quanto à direção que a mesma caminhava rumo ao comércio, recreação, sociabilidade e a urbanidade em si.
Em dois singelos jornais, muito da história da cidade se constrói. É certo que sim.
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