PELA PROFª ESP. KARLA ARMANI MEDEIROS, EM 06 DE NOVEMBRO DE 2018, NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS", PÁGINA 2
Em citações de livros memorialistas
de várias cidades ou textos acadêmicos, a educadora Anália Franco é estudada na
história regional por uma razão especial: ter sido a responsável pelo
estabelecimento de uma centena de instituições de ensino fundadas pela
“Associação Feminina Beneficente e Instrutiva de São Paulo” (1901). Voltada ao
público de meninas, órfãs, mulheres desvalidas e viúvas, tal Associação era
mantida por subvenções municipais e do estado, além de doações particulares e
fundos angariados por campanhas, quermesses e apresentações de seus grupos
musicais e teatrais.
O contato de Anália Franco com os
municípios, muitas vezes, se dava pelo envio de cartas e circulares às redações
dos jornais interioranos. Além do intermédio dos centros espíritas (religião de
Anália) e da maçonaria (interessada na instrução pública, apesar do
conservadorismo feminino). Exemplo assim foi verificado em Barretos através do jornal
“O Sertanejo”, que, além de anunciar a leitura do jornal “A Voz Maternal” da
Academia Feminina, ainda publicava circulares abrindo subscrições para doações
pessoais à causa das instituições da Profª Anália. Sobre isso, o resulto foi
positivo, tendo como exemplo a reprodução de uma carta da presidente ao redator
Dr. Pedro Licínio agradecendo a vultuosa doação por “compreender que os órfãozinhos morreriam na miséria se a caridade dos
bons não lhes abrisse as áureas azas” (14/8/1904, p. 3). [continua].
1ª ed. de "A Voz Maternal" de 1/12/1903 da Associação Feminina Beneficente e Instrutiva de SP (Fonte: Arquivo do Est. de SP) |
Iniciadas em São Paulo, as obras da
Associação Feminina se estenderam para o interior, onde atuavam de forma paralela
à educação do estado e dos municípios – sistemas ainda pouco efetivos;
principalmente às meninas. Em alguns casos, era notável que as próprias
autoridades municipais reivindicassem uma unidade de ensino da Associação em
troca de infra-estrutura. Situação que geralmente acontecia naquelas povoações
já guarnecidas por vias férreas, para facilitar a fiscalização da presidente e
suas “professoras-fiscais”. Estas, eram formadas como professoras pelos Liceus
da própria Associação, e depois algumas se tornavam as futuras diretoras das
instituições no interior.
"O Sertanejo" de 6/12/1903 anunciando a leitura de "A Voz Maternal". (Fonte: Museu "Ruy Menezes") |
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