terça-feira, 20 de novembro de 2018

BARRETOS E ANÁLIA FRANCO (PARTE IV)

PELA PROFª ESP. KARLA ARMANI MEDEIROS, EM 20 DE NOVEMBRO DE 2018, NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS", PÁGINA 2
          
 Era o ano de 1914 quando Anália Franco visitou nossa cidade, acompanhada da banda musical e grupo teatral da sua “Associação Feminina Beneficente e Instrutiva de São Paulo”. Osório Rocha, nosso memorialista e jornalista, em suas “Reminiscências” relata que fora nomeado membro do Conselho Diretor do Asilo que esta educadora pretendia abrir na cidade. Anália, suas assistidas e os grupos artísticos da Associação Feminina tiveram espaço de apresentação no Teatro Santo Antônio, situação em que ela fora homenageada.
Loja Maçônica "Fraternidade Paulista", década de 1920.
(Fonte: Jornal "Barretos Memórias", ago/1988, p.4,
acervo Museu "Ruy Menezes").
            Contudo, a instalação do “Asilo-Creche” (uma das instituições modelos da Associação presidida por Anália) não foi tão facilmente empreendida em Barretos. Visto ser Anália Franco uma senhora assumidamente espírita, mas de bandeira laica na instituição. Naquela época, adeptos do espiritismo não eram bem aceitos na sociedade por conta do domínio católico, das práticas espirituais associadas a “misticismos”, da aproximação com instituições secretas como a maçonaria e do apego ao cientificismo.
João Machado de Barros,
prefeito de Barretos entre 1914 a 1917.
(Fonte: galeria de prefeitos
do Museu "Ruy Menezes")
Osório Rocha, descreve as dificuldades de Anália em nossa cidade naquele ano de 1914: “As associações católicas mostram-se muito contrariadas e lançam boletins de protesto contra D. Anália Franco, que chegara com o propósito de abrir, como abriu, um asilo” (Barretos de Outrora, p. 285). Enaltece ainda, o apoio que a mesma recebeu do Sr. João Machado de Barros (prefeito da cidade e republicano), que “protegeu D. Anália e conseguiu boas instalações numa casa à esquina da rua 6 com a avenida 19” (Reminiscências, vol. 2, p. 11). O apoio da Loja Maçônica “Fraternidade Paulista” à D. Anália Franco, assim como da Sociedade Espírita “25 de Dezembro”, foi também essencial; conforme estudo biográfico sobre a educadora.
Com esta guarida e espaço para apresentação de suas ideias, mesmo com resistência, Anália Franco, com seus 63 anos, instala uma filial do “Asilo-Creche” em Barretos. Vamos conhecer mais sobre ele? [continua].

Bibliografia básica e fontes: 

MONTEIRO, Eduardo Carvalho. Anália Franco: a grande dama da educação brasileira. São Paulo: Madras, 2004.
ROCHA, Osório. Barretos de Outrora. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1954.
ROCHA, Osório (in memorian). Reminiscências, volume II. Ribeirão Preto: Cori Editora, 199(?).
ROCHA, Osório (in memorian). Esboços, volume I. Ribeirão Preto: Cori Editora, 199(?).
A VOZ MATERNAL, periódico oficial da Associação Feminina Beneficente e Instrutiva do Estado de São Paulo, 1903-1905. Acervo do Arquivo do Estado de São Paulo.

Link do artigo no jornal O Diário: 
http://www.odiarioonline.com.br/noticia/79446/BARRETOS-E-ANALIA-FRANCO-PARTE-IV

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