ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 25 DE DEZEMBRO DE 2018 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI
2018, ano tenso, polêmico e
desafiador para o Brasil, principalmente devido as eleições. A qualquer custo,
polêmicas e debates foram levantados nas redes sociais, fosse entre
especialistas ou simples opinantes. Tudo era motivo de discussão: partido
político, poder judiciário, Congresso Nacional, corrupção, greve dos
caminhoneiros, merenda escolar, emigração venezuelana, etc. Enfim, tudo. (Ou
melhor, quase tudo).
Incêndio no Museu Nacional no dia 2 de setembro de 2018 (Fotografia do site do jornal "El País") |
Pouco se falou sobre “cultura”. E
dentro deste pouco, a generalização foi dada à “Lei Rouanet”. Entre posts mais
polêmicos, o que se via eram comentários sobre fraudes e corrupções nesta lei,
além de ataques violentos à classe artística (como se fossem eles os culpados).
Como se a Lei Rouanet fosse o único problema e assunto exclusivo na pasta da
“Cultura”. Pouco (ou nada) se viu ou se falou sobre literatura, cinema, teatro,
dança, artes plásticas e as outras tantas linguagens culturais. Menos ainda
sobre museus, arquivos e história. (Somente no trágico incêndio do Museu Nacional
no Rio de Janeiro).
Pelo menos naquele momento, o
tenebroso incêndio no Museu Nacional talvez tenha levantado questionamentos na
imprensa sobre a real situação dos museus no Brasil. Mas isso não foi o
suficiente, pois segurança e estrutura não são os únicos problemas que os
“templos históricos” enfrentam. É só olhar para nossa região – o interior
paulista – e observar quantos museus estão fechados ou funcionando
inadequadamente: com quadro reduzido de funcionários (alguns sem qualificação),
sem limpeza e higienização, sem reserva técnica, sem estrutura de arquivo e com
horários limitados de atendimento (isso quando os telefones funcionam), sem
projetos educacionais e digitalização de acervo.
Se os governos municipais, muitos
esgotados em dívidas, não conseguem melhorar tal situação, o governo estadual
tão pouco. Agora, com a possível extinção do Ministério da Cultura, a dúvida é:
o que esperar de melhora neste setor no Brasil? Somente a esperança de que as
pessoas e os governantes entendam que cultura também alimenta. Nutre. Educa.
Não só o cérebro; assim como a economia.
Link da publicação no jornal O Diário:
http://www.odiarioonline.com.br/noticia/80406/MUSEUS-E-CULTURA-O-QUE-ESPERAR
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