ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 21 DE MAIO DE 2019 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS
Levar crianças aos museus é fantástico. Experimentem! (Museu Ruy Menezes de Barretos-SP) |
Minha
filha tem somente 3 anos, mas o suficiente para entender de forma sútil que o
tempo é algo passageiro, que existem pessoas mais velhas, outras mais novas e
objetos mais antigos que os atuais. Aos poucos, ela caminha para o entendimento
da existência de um “tempo passado”. Sobre ele, a História e as antiguidades,
ela ainda não entende os conceitos. Mas, sabe que existe um lugar que guarda e
protege as “coisas do tempo da vovó”: o Museu. Percebe que ali se acondiciona objetos
antigos, cuja tecnologia já foi substituída, e que a utilidade dá espaço à
apreciação. A contemplação é vista pelos olhares curiosos das pessoas nas
grandes vitrines que os acolhem. Isso encanta.
Ela sente curiosidade pelos objetos
antigos, especialmente os grandes ou àqueles que envolvem os animais. Às vezes
a levo ao museu municipal e ali ela sempre destaca duas coisas: a arquitetura monumental
avistada por uma criança de 1 metro de altura (que aos seus olhos lembra a
Catedral), e a música (o chorinho).
Esse aspecto visual e sensorial dos museus
para as crianças é substancial para o início da compreensão sobre o tempo do
“passado” e a disciplina de História; que no futuro será apresentada na escola.
Primeiro, as crianças devem “sentir” e “ver” o passado na simplicidade do
cotidiano. Elas o percebem mediante aqueles objetos antigos em casa, as fotos
amareladas e até em conversa dos avós e bisavós de cabelos brancos. É gradual o
entendimento sobre o passado, mas essencial que seja algo atrativo,
inquietante, curioso e repleto de significados.
Depois, o “passado” é visualizado
pelo tempo, o qual deixa de ser “ontem, hoje e amanhã” para ser enxergado como algo
mais longínquo, contabilizado em anos, escrito em livros didáticos e verbalizado
por professores de História. E, assim, se inicia o ensino de História: de forma
natural na infância, em cores, objetos, texturas e visitas. Para, em seguida, a
História se horizontalizar nos livros e ser entendida como algo a ser estudado,
integrando o conhecimento. Historiar é humanizar, desde cedo.
Artigo original do jornal "O Diário", 21/05/2019, p. 2:
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