ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 07 DE MAIO DE 2019 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS
Virgílio Alves Ferreira aos 66 anos. (Fonte: Jornal "A Semana", 2/3/1947, ed. 1427, p1. Acervo Museu "Ruy Menezes") |
Amantes
da erudição, Barretos serviu-se de interessantes jornalistas que escreveram
sobre seu passado, compondo o início da escrita da história da cidade. Escrita
traduzida em “memorialismo”, isto é, em narrativas sobre a história local
baseadas na experiência de seus autores, leitura de documentos e fotos, sem
comprometimento com rigores científicos de citações de fontes, livros e
teorização. Toda cidade tem memorialistas, e, caso eles não existissem, boa
parte da história registrada antes dos anos 1930 estaria condenada. Eles deram
vida às fontes oficiais.
Em Barretos, os mais conhecidos são
Osório Rocha e Ruy Menezes, por terem deixado livros como legado. Porém, quase tão
antiga quanto a própria cidade, é a imprensa barretense o primeiro leito desse
memorialismo. Foram muitos os que escreveram sobre nosso passado, como é o caso
do Virgílio Alves Ferreira.
Nascido em Igarapava em 27 de abril
de 1880, era filho do Cel. Domiciano Alves Ferreira, que exerceu em Barretos
cargo de intendente municipal. Virgílio, fixou-se em Barretos após seu
casamento, realizado em 1904, com sua prima Maria Cândida, com quem teve cinco
filhos. Dentre outras coisas, na cidade foi contador, provedor da Santa Casa em
1925 e vereador. Era um homem letrado, formado em curso de Humanidades e
erudito no latim e francês. Faleceu em Barretos em 6 de julho de 1966.
Ao abrigo do pseudônimo Vaf, assinava sua
coluna “Ecos do Passado” acompanhando quase toda a existência do jornal “A
Semana”. Nela, a história da cidade era um de seus motes. Em principal, temas
envolvendo momentos em que ele mesmo vivenciou, onde fazia questão de realçar
nomes de cidadãos beneméritos – com destaque aos primeiros anos da Santa Casa e
à fundação do jornal A Semana.
A reconstrução do passado local por suas
memórias, passado este adjetivado como glorioso e o enaltecimento de
personagens reais caracterizam a coluna “Ecos do passado” como um registro
memorialista. E mais, com requintes literários. [continua].
Link da publicação no site do jornal "O Diário":
Artigo original do jornal "O Diário", 07/05/2019, p. 2:
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