terça-feira, 30 de abril de 2019

SOBRE AS MÚLTIPLAS CORAS

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 30 DE ABRIL DE 2019 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS
        
Profª Karla e Rita Elisa Seda na
noite de autógrafos da ABC.
23 de abril de 2019.
        No último dia 23, a Academia Barretense de Cultura (ABC) realizou harmoniosa noite de autógrafos com a renomada escritora Rita Elisa Seda. Casa lotada, música brasileira na voz e violão de Netinho Scavaccini, autógrafos concedidos com simpatia e 60 livros vendidos. Um sucesso literário! Um coro de aplausos às letras!
Coautora da obra “Cora Coralina: raízes de Aninha”, escrita junto ao sociólogo Clóvis Carvalho Britto em 2009, a escritora externou todo o cuidado na pesquisa e produção do livro. Com mais de 400 páginas, o livro conta com citações de documentos inéditos, fotografias, referências bibliográficas e depoimentos sobre a vida da poetisa goiana Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas (1889-1985) - Cora Coralina.
No início do livro, a reflexão é sobre o motivo de se biografar uma personagem que sempre escreveu sobre si própria. E talvez uma das interpretações seja a pluralidade daquela vida de 95 anos. Várias vidas em uma. Suas diversas reinvenções. Uma Cora escritora de crônicas, que de repente se vê mãe e esposa, e, depois viúva, se reinventa como doceira e se fortalece como poetisa. Uma mulher que nasce como “Anica”, cria seu lirismo como “Cora Coralina”, mas ganha o amor de todos como “Dona Cora”.
Naquela década de 1980, quando a imprensa sublinhava reportagens sobre a senhora goiana que poetizava a vida e a sua cidade natal, talvez não tivesse ficado claro a intensidade da trajetória anterior àqueles 90 anos. Cora nasceu na Cidade de Goiás, mas gerou seus filhos em Jaboticabal, enviuvou-se em São Paulo, onde também lutou pela Revolução de 1932. Tornou-se irmã franciscana e comerciante em Penápolis. Depois optou em ser sitiante na recente Andradina. Mas, reviveu em Goiás.
Todas essas passagens, depois de desvendadas no livro, tornam-se caminhos para entender sua poesia. Fica fácil de encontrar em seus versos o memorialismo histórico, o apego com a terra, a sinestesia com a natureza, o olhar aos mais necessitados e o otimismo com a vida. São múltiplas as faces e as mensagens de Cora: forte, telúrica e raiz.

Link da publicação no site do jornal "O Diário":

Artigo original do jornal "O Diário", 30/4/2019, p. 2:

5 comentários:

Rita Elisa Seda disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rita Elisa Seda disse...

Diversas Cores...

Rita Elisa Seda disse...

Diversas Coras...

Rita Elisa Seda disse...

Até o corretor entender que existe uma Cora Coralina que amamos... será preciso reescrever Cora centenas de vezes...kkkkkk.

Profª Karla disse...

Sim, Rita! Cora é tão colorida, que às vezes questiono a origem do pseudônimo vir de "coração". Poderia ser simplesmente de "cor". Obrigada pelo comentário. Abraços de admiração.