ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 23 DE JULHO DE 2019 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS
Quase
que escondida, despercebida, resiste muda e um tanto apagada a antiga “Casa
Branca” do dr. Antônio Olympio Rodrigues Vieira, na rua 16, em frente a Praça
Francisco Barreto. O gigantismo do hotel ao lado e um inoportuno poste com
cabos elétricos tornam aquele antigo palacete uma visão pequena. Exatamente o
contrário da magnitude histórica que ali sobrevive.
Em 23/2/1973, o jornal “O Diário”
publicou uma nota alertando para a necessidade da criação de um museu municipal
e junto um aviso quanto a conservação da “casa branca” e de todo o material
antigo que ainda existia ali. O jornal exclamava diretamente ao prefeito: “Vamos salvar o que ainda não foi roubado da
casa branca”.
Dr. Antônio Olympio Rodrigues Vieira (Fonte: fotografia do acervo do Museu "Ruy Menezes") |
Qual motivo teria a imprensa em
fazer tão alarde? Certamente, a prática do memorialismo de um lado, e, de
outro, a preservação das fontes históricas. A conservação do casarão incentiva
o memorialismo, mas alimenta a História. Somente por ser uma casa antiga, cuja
propriedade foi de um ex-prefeito? Não só. Pois, a casa em si foi alvo de
importantes acontecimentos políticos e sociais na cidade, justamente pela
relevância política de seu dono. Ali, foram vivenciados momentos históricos do
coronelismo local, quando o chefe dos “pica paus” foi prefeito, deputado
estadual e oposicionista.
Em 17 de janeiro de 1912, o jornal
“O Sertanejo”, cuja direção era do próprio Antônio Olympio, narrou uma extensa
reportagem sobre uma perseguição e tiroteio nos arredores da praça central,
inclusive na ‘casa branca’: “Os soldados
[...] ao frontearem a residência do dr. Antonio Olympio, deram nova descarga
sobre o fugitivo, tendo, porém, o cuidado de voltar suas carabinas para a casa
em que reside aquele senhor, a qual foi alvejada por 4 balas, uma das quais se
alojou na sala de jantar”.
É ou não é um ícone histórico aquele
casarão? Centenária, monumental e memorável a “casa branca”, agora barretense.
Fontes:
O SERTANEJO, jornal hebdomadário de Barretos, edição de 17/01/1912, p. 1. Acervo do Museu "Ruy Menezes".
O DIÁRIO, jornal diário de Barretos, edição de 23/2/1973, p. 4. Acervo do Museu "Ruy Menezes".
Link do artigo publicado no site do jornal "O Diário":
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