ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 30 DE JULHO DE 2019 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS
Dia 25 de julho foi comemorado o Dia
Nacional do Escritor, data instituída por decreto governamental desde 1960, através
da iniciativa da União Brasileira de Escritores posterior a realização do I
Festival de Escritores Brasileiros.
O talento do escritor brasileiro é
secular, atemporal e ultrapassa gerações. Numa extensão continental e
acumulando mais de cinco séculos de origem, o Brasil abraça escritores em toda
sua extensão, de norte a sul. Incluindo, portanto, autores regionais, cuja
produção alcança todos os brasileiros, traduzindo a diversidade do nosso povo.
Em Barretos, por exemplo, grandes
escritores nasceram e viveram aqui, levando o nome do “chão preto” por todo o
país. Jorge Andrade (1922-1984) é um dos barretenses mais conhecidos na
dramaturgia e literatura nacional, pois suas peças teatrais e novelas foram
transformadas em livros, além de ter sido autor de romances. A Biblioteca
Municipal Affonso d’E. Taunay abriga obras dele e de diversos barretenses.
Em outra perspectiva, Barretos foi
passagem de visitantes ilustres na literatura no início do século XX. Literatos
como Coelho Neto e Martins Fontes visitaram a cidade em 1921 e 1922
respectivamente, assim como Tasso da Silveira em 1934 e Menotti del Picchia em
1943, importantes nomes do modernismo. Além deles, mulheres escritoras também
se fizeram presentes, como a espanhola Bélen de Sárraga em 1911 e a gaúcha
Andradina de Andrade e Oliveira em 1921. Tais escritores, em geral, eram
recebidos por autoridades na estação ferroviária e conduzidos a locais de
congraçamento cultural, como o Grêmio Literário e Recreativo, a U.E.C, teatros,
etc.
Apesar de ser uma cidade marcada pelo
isolamento sertanista, fim de linha da ferrovia e conhecida como perigosa, Barretos
também era rota de cultura, letramento e sociabilidade. Um paradoxo que nos
traduzia numa espécie de “sertão letrado”, ao menos para parte restrita da
população. Exemplo que a literatura brasileira brota nos mais improváveis solos.
Fonte fecunda!
FONTES:
Livro de Visitantes da Santa Casa de Misericórdia de Barretos;
Livro de Visitantes do Grêmio Literário e Recreativo de Barretos.
Link da publicação no site do jorna "O Diário":
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