sábado, 31 de agosto de 2019

FONTES MEMORALISTAS

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 27 DE AGOSTO DE 2019 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS   


      Barretos fez 165 anos essa semana e, assim, a história da cidade tornou-se tema recorrente na imprensa e mídias sociais. Neste aspecto, é pertinente a reflexão sobre a composição dessa história. Composição no sentido de “dar forma”, de dar vida. Isto é, da pesquisa à escrita. Pesquisas historiográficas têm sido feitas na contemporaneidade para preencher as lacunas dos múltiplos temas dos tempos idos de Barretos. Na atualidade, aquela história linear e evolutiva não é mais produzida. O destaque agora é para temas específicos, recortados em períodos, protagonizados por problemáticas e concluídos em hipóteses alicerçadas em métodos. Eis a base para a nova história local.
No entanto, é oportuno frisar que boa parte das pesquisas da atualidade é conduzida pelos registros de memorialistas; por aqueles que através de suas vivências, deixaram registros de nomes, datas e episódios sobre a cidade. Carregados de adjetivos e sem métodos acadêmicos, seus textos podem ser usados para informação e para análise de discurso. São ricas fontes de pesquisas. Fontes que, aperfeiçoadas pela tecnologia de investigação, enriquecem a produção da história local.
Tais memorialistas, em sua maioria, escreveram crônicas na imprensa desde 1900, a partir do jornal “O Sertanejo”. Ali, Jesuíno S. Mello iniciou estudos sobre as tradições de Barretos (bem redigidos). Depois, vieram memorialistas como Osório Rocha, Ruy Menezes, Olindo Menezes, Vírgilio Alves Ferreira, Jerônimo Serafim Barcelos, José Eduardo de Oliveira Menezes e tantos outros. Em 1954, ano comemorativo do 1º centenário de Barretos, livros como “Barretos de Outrora” (de Osório Rocha) e o “Álbum Comemorativo do 1º Centenário da Fundação de Barretos” (de Ruy Menezes e José Tedesco) foram a garantia das vivências de Barretos em seus primeiros cem anos.
Portanto, o que seria da nova história local se não existissem essas preciosas fontes memorialistas? São elas a salvaguarda da memória e a base para a produção da História. Com elas, não há possibilidade de esquecermos aquilo que nos une: nossos 165 anos.

Link da publicação no site do jornal "O Diário":


Artigo original publicado no jornal "O Diário", 27/8/2019, página 2:

5 comentários:

Leandro disse...

Boa noite, Karla.

Acho muito interessante as histórias do passado, ainda mais quando se trata do assunto da cidade.
Estou montando a arvore genealógica da minha família, deparei com o nome da Bisavó que chama Rita Esméria de Jesus, o mesmo nome da filha do fundador de Barretos, Simão Antonio Marques, porém a mãe dela é outro nome, Rita Maria de Jesus. O interessante que na história entre família, meu pai ouvia falar de Estulano, e o sítio do meu avô chama Monte Alegre, e até agora não consigo fazer as conexões.
Quero saber aonde posso ter acesso aos livros como “Barretos de Outrora” (de Osório Rocha) e o “Álbum Comemorativo do 1º Centenário da Fundação de Barretos” (de Ruy Menezes e José Tedesco), para conseguir a chegar alguma conclusão.

Profª Karla disse...

Olá Unknown!
Quantos dados interessantes!
O Museu Ruy Menezes tem a versão digital do Álbum Centenário. Eu posso te passar por email, daí conversamos melhor sobre essas coincidências.
Qual é seu nome? De qual cidade você e sua família são?
Qual é seu email? Te mando por email... Está bem?

Leandro disse...

Olá Karla.
Me chamo Leandro, eu e minha família somos de Barretos.
Muito obrigado, vou querer sim a versão digital, pode me enviar no e-mail marquesleandro@me.com

Leandro disse...

Olá Karla, tudo bom?

Deu certo de me enviar o e-mail?

Desde já quero lhe agradecer.

Fico no aguardo.

Profª Karla disse...

Leandro, me perdoe pela demora, mas acabei de lhe enviar um email com o álbum Centenário digitalizado em anexo. Espero que faça bom uso! Abraços.