terça-feira, 6 de agosto de 2019

DINORÁ DE CARVALHO EM BARRETOS


ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 6 DE AGOSTO DE 2019 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS          

             
Dinorá de Carvalho: compositora, pianista e recitalista.
(Fonte: www.dinoradecarvalho.com.br)
Era 24 de julho de 1935 quando veio a Barretos a renomada pianista, compositora, maestrina e recitalista Dinorá de Carvalho. A primeira mulher a reger uma orquestra na América Latina, fundadora da Orquestra Feminina de São Paulo e a pioneira como membro na Academia Brasileira de Música (1945). Naquele ano de 1935, aos 40 anos, já possuía essa vasta experiência e era autora de obras importantes.
            Dinorá de Carvalho era mineira, de Uberaba, nascida em 1º de junho de 1895. Segundo nosso memorialista Osório Rocha, era ela parente do ex-prefeito de Barretos, o escritor Delcides de Carvalho (1880-1936). Dedicou-se à carreira musical desde jovem, quando se mudou para a capital paulista, concluindo seus estudos musicais no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo em 1916. Era exímia compositora, admirada por seu colega de turma Mário de Andrade, e, seu talento como recitalista também chamava a atenção popular. Tamanho era seu dom, que, em 1922, o governo de Minas Gerais concedeu a ela uma bolsa de estudos em Paris, para seu aperfeiçoamento como pianista. De volta ao Brasil em 1924, dedicou-se em realizar concertos de piano e recitais, compor músicas, reger orquestra e ser professora de música. Mais tarde, foi ainda inspetora de Ensino Superior no Conservatório Dramático e Musical de SP e crítica musical em jornais da capital paulista. Faleceu em São Paulo, em 28 de fevereiro de 1980. Sua vida foi biografada pelo dr. Flávio Carvalho (Unicamp) em teses, livro e site, onde consta o registro de 169 partituras de autoria da compositora.
            Quando veio a Barretos, deixou no livro de visitantes do Grêmio Literário e Recreativo os seguintes dizeres: “Nesta casa, onde a mocidade sorri, onde muitas vezes aparece também a verdadeira arte, levo, pois, as melhores impressões e doce recordação”. E foi assim, disseminando música, cultura e arte, que Dinorá de Carvalho trouxe àquela Barretos dos anos 30 suas canções, impressões e a ilustre presença de uma mulher, obstinadamente, à frente de seu tempo. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
CARVALHO, Flávio Cardoso de. Canções de Dinorá de Carvalho: uma análise interpretativa. Campinas, SP, 1996 (Dissertação de Mestrado, Unicamp, Instituto de Artes).
ROCHA, Osório Faleiros (obra póstuma). Reminiscências, volume III. Ribeirão Preto: Editora Cori, 199(?).

FONTE:
Livro de Visitantes do Grêmio Literário e Recreativo de Barretos. (Acervo particular do GLRB).

Link da publicação no site do jornal "O Diário": 

Artigo original publicado no jornal "O Diário", 6/8/2019, página 2:

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