quinta-feira, 26 de setembro de 2019

115 ANOS DE ZÉ DE ÁVILA (PARTE III)

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 24 DE SETEMBRO DE 2019 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS 
José de Ávila ainda jovem.
(Fonte: acervo original pertencente à família)

            Já amarelados pelo tempo, os livretos de Zé de Ávila revelam prefácios notáveis assinados por amigos escritores do poeta - a maioria do universo literário das trovas. São prefácios que destacavam a capacidade do trovador em ligar-se diretamente ao leitor, não só pelo diminuto tamanho das trovas (de fácil leitura e estética atraente), mas pelas palavras simples e temáticas humanísticas.
            A começar pelo livro “Chuva de Flores” (1974), cujo prefácio foi assinado pela poetisa, escritora, professora e musicista Carolina Ramos, de Santos, e presidente da União Brasileira de Trovadores à época. Para sintetizar a competência do trovador, Carolina poetizava: “Zé de Ávila, também ‘contraiu’ a trova. Sim, porque o trovar é febre. Febre por vezes, intermitente, mas sempre difícil, ou impossível de ser curada”.
            Outro vulto de trovadores no Brasil era o crítico literário e escritor nordestino Aparício Fernandes (1934-1996), que prefaciou o livro “Prata de Casa” descrevendo Zé de Ávila de forma sútil e literária: “Zé de Ávila é um homem sereno, que sabe explorar os ricos filões do seu mundo interior mas que lá não permanece como um avarento guardado de tesouros. Pelo contrário, retorna, com as mãos cheias de pérolas e flores, e com eles adorna e enriquece este mundo tão carente das belezas do espírito. É verdade que em seus olhos nota-se às vezes a melancolia dos que se habituaram a filosofar e seus lábios nem sempre conseguem esconder um traço de ironia por saber que algumas de suas pérolas vão para os porcos. Mas – seria ele capaz de dizer – os porquinhos também não são criaturas de Deus?”.
            Além deste, o jornalista e contista Waldir de Luna Carneiro (1921-2019), no prefácio de “Loucura em Flor” (1983) foi feliz em dizer - (palavras nas quais finalizo esta série): “Zé de Ávila é para ler, reler e guardar, caro leitor, mas se um dia por descuido ou azar perder este volume, não se aflija, consulte sua inteligência e seu coração, os versos e as trovas de Zé de Ávila estão lá”. [fim].

Link da publicação no site do jornal "O Diário":

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