terça-feira, 12 de novembro de 2019

ANDRADINA, A ESCRITORA DAS MULHERES – PARTE III

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 05 DE NOVEMBRO DE 2019 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS 

           
Capa do livro "Esmeraldas" de Lola de Oliveira,
editado em 1924, em São Paulo.

(Fonte: Arquivo Histórico de Ribeirão Preto-SP)
A gaúcha Andradina América de Andrade e Oliveira publicou cerca de 26 obras entre livros e conferências. Sabe-se que ela e a filha Lola Oliveira, também escritora, se sustentavam pela venda dos livros e das conferências que realizavam. Entre 1915 a 1920, as duas realizaram uma turnê cultural nos países vizinhos Uruguai, Argentina, Paraguai e em Mato Grosso. Sobre isso, o “Estado de S. Paulo”, em 1/4/1924, exclamava que Andradina: “encetou há alguns anos, uma longa excursão pelo interior do Brasil. A pé, atravessou as florestas do Paraná, de Mato Grosso e do Paraguai, colhendo impressões para o seu livro “Através da minha pátria”. Visitou as cataratas de sete quedas e alguns outros dos mais formosos recantos do Brasil, ainda desprovidos de meios regulares de comunicação e, por isso mesmo, pouco conhecidos. Tem, ainda em preparação um livro intitulado “Na terra dos Andradas”. Pelo que se sabe, tais livros não foram publicados como seu desejo, fato que demonstra a grande produção literária da escritora não aliada a suas condições financeiras para publicação.
A partir da década de 1920 ela e a filha mudaram-se para o estado de São Paulo, residindo em Jaú e Ribeirão Preto. Nesta última, Lola publicou diversos livros de poesias com nomes de pedras preciosas, entre eles Ametistas, Esmeraldas e Rubis. Durante os anos 1920, o jornal Correio Paulistano noticiava algumas conferências que Andradina realizava em cidades como Ribeirão Preto, Campinas, Casa Grande e São Paulo. Nestas, os temas das conferências foram “A mulher não é inferior ao homem”, “Pátria de Bilac” e “O dia e os dias”, apresentando-se inclusive no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, renomada instituição cultural.
            Andradina morreu em São Paulo no ano de 1935, parece que estava acometida por insanidade mental, principalmente após da Revolução de 1932, onde participou de maneira efetiva e chegou a ser presa. Sua filha Lola continuou o legado da mãe como escritora, revelando-se talentosa na publicação de diversos livros. [fim].

ARQUIVOS, FONTES E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

FLORES, Hilda A. H. (org.). Divórcio? (de autoria original de Andradina A. Andrade e Oliveira – 1912). Porto Alegre: Editora Mulheres, 2007.
CORREIO PAULISTANO, jornal de São Paulo: edições diversas da década de 1920.
O ESTADO DE S. PAULO, jornal de São Paulo: edições diversas da década de 1920.
A VIOLETTA: Orgam do Gremio Litterario Julia Lopes; Revista de Cuiabá (MT), edições de 1918.

Link do artigo publicado no site do jornal "O Diário:

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