ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 05 DE NOVEMBRO DE 2019 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS
A gaúcha Andradina América de
Andrade e Oliveira publicou cerca de 26 obras entre livros e conferências.
Sabe-se que ela e a filha Lola Oliveira, também escritora, se sustentavam pela
venda dos livros e das conferências que realizavam. Entre 1915 a 1920, as duas
realizaram uma turnê cultural nos países vizinhos Uruguai, Argentina, Paraguai e
em Mato Grosso. Sobre isso, o “Estado de S. Paulo”, em 1/4/1924, exclamava que
Andradina: “encetou há alguns anos, uma
longa excursão pelo interior do Brasil. A pé, atravessou as florestas do
Paraná, de Mato Grosso e do Paraguai, colhendo impressões para o seu livro
“Através da minha pátria”. Visitou as cataratas de sete quedas e alguns outros
dos mais formosos recantos do Brasil, ainda desprovidos de meios regulares de
comunicação e, por isso mesmo, pouco conhecidos. Tem, ainda em preparação um
livro intitulado “Na terra dos Andradas”. Pelo que se sabe, tais livros não
foram publicados como seu desejo, fato que demonstra a grande produção
literária da escritora não aliada a suas condições financeiras para publicação.
Link do artigo publicado no site do jornal "O Diário:
Capa do livro "Esmeraldas" de Lola de Oliveira, editado em 1924, em São Paulo. (Fonte: Arquivo Histórico de Ribeirão Preto-SP) |
A partir da década de 1920 ela e a filha
mudaram-se para o estado de São Paulo, residindo em Jaú e Ribeirão Preto. Nesta
última, Lola publicou diversos livros de poesias com nomes de pedras preciosas,
entre eles Ametistas, Esmeraldas e Rubis. Durante os anos 1920, o jornal
Correio Paulistano noticiava algumas conferências que Andradina realizava em
cidades como Ribeirão Preto, Campinas, Casa Grande e São Paulo. Nestas, os
temas das conferências foram “A mulher não é inferior ao homem”, “Pátria de
Bilac” e “O dia e os dias”, apresentando-se inclusive no Conservatório
Dramático e Musical de São Paulo, renomada instituição cultural.
Andradina morreu em São Paulo no ano
de 1935, parece que estava acometida por insanidade mental, principalmente após
da Revolução de 1932, onde participou de maneira efetiva e chegou a ser presa.
Sua filha Lola continuou o legado da mãe como escritora, revelando-se talentosa
na publicação de diversos livros. [fim].
ARQUIVOS, FONTES E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
FLORES, Hilda A. H. (org.). Divórcio? (de autoria original de Andradina A. Andrade e Oliveira – 1912). Porto Alegre: Editora Mulheres, 2007.
CORREIO PAULISTANO, jornal de São Paulo: edições diversas da década de 1920.
O ESTADO DE S. PAULO, jornal de São Paulo: edições diversas da década de 1920.
A VIOLETTA: Orgam do Gremio Litterario Julia Lopes; Revista de Cuiabá (MT), edições de 1918.
Link do artigo publicado no site do jornal "O Diário:
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