sexta-feira, 18 de abril de 2008

Os 508 anos do Paraíso

Na próxima terça-feira, dia 22 de abril de 2008, comemoram-se 508 anos do “Descobrimento do Brasil”. Comemorações, como esta, sempre são encontradas em diversos países, como forma necessária de se legitimar e preservar a memória e o passado nacionais. Um meio utilizado para transmitir todos esses valores é a tradição, que atua em monumentos históricos, discursos políticos e até mesmo em alguns livros didáticos.
Para preservar essa tradição e entender melhor o momento histórico do “descobrimento”, muitas vezes, nos prendemos na visão dos europeus como vencedores ou queremos reconstruir a história aos olhos dos índios. Entretanto, o verdadeiro entendimento de todo o processo está em se desprender dessas visões, esquecer que já sabemos os acontecimentos posteriores e analisar todo o período com a mentalidade da própria época, pensar e enxergar como o índio e o português da Idade Moderna.
Em relação ao próprio significado da expressão descobrimento do Brasil, eis que surge a pergunta: Como podemos usar o verbo “descobrir” se a terra encontrada não estava encoberta? E o nome “Brasil” se naquela época não tinha esse nome? De fato, Pedro Álvares Cabral e centenas de outros portugueses com suas caravelas e esquadras adentraram, em 1500, a uma terra denominada por eles como também de “Paraíso”, já então habitada por nativos, que foram chamados de “índios”. Nesse sentido, essa terra não foi descoberta e nem Cabral e nem os demais saberiam que séculos mais tarde ela se chamaria Brasil.
A conjuntura deste período é vivenciada pelas navegações ultramarinas do século XV. Apesar delas terem causado guerras e perseguições, em nome da conquista de territórios e hegemonia religiosa, na realidade, foram muito importantes, porque propiciaram o contanto entre os diferentes povos. Anos depois era concretizada a colonização, que, de certa forma, organizou o aparelho do Estado, aos moldes do mercantilismo e deu início à administração geral.
Enfim, a partir do momento em que percebemos a raiz histórica de nosso país como um fato que teve todo um procedimento de causas e efeitos, aprenderemos, com as críticas, a direcionar e considerar todas as vertentes e possibilidades da origem da formação nacional.


Referência: Entrevista com Fernando Novais, Folha On Line 24/04/2000.

ARTIGO PUBLICADO EM 18 DE ABRIL DE 2008, NO JORNAL "O DIÁRIO" (BARRETOS / SP)

Um comentário:

Prof: Sidnei Silva disse...

OLa Sr: Karla Armani eu achei ótimo seu artigo sobre os 508 anos do nosso Paraíso, vejo que precisamos encontrar o caminho onde será importante as mudanças no nosso Reino é que Reino em?
Passar Bem!!!!!