sexta-feira, 3 de outubro de 2008

A Poesia do Museu

São várias as intenções das pessoas quando visitam o nosso Museu “Ruy Menezes”, desde uma visita cultural escolar, uma pesquisa acadêmica ou até mesmo em busca de agradáveis recordações. Costumo dizer a estas pessoas, principalmente as crianças, que olhem para as peças não como uma “coisa velha” e sim como um objeto único, que caracterizou uma época e que foi importante para o homem. Ou seja, é necessário manter um olhar “histórico”, crítico, e ao mesmo tempo “sentimental” quando se entra no Museu. Ainda mais, é preciso também despir-se da mentalidade capitalista que temos para verdadeiramente sentir e entender a nossa história, nossa arte, nossa cultura!
Para demonstrar com propriedade os sentimentos e as informações que o Museu pode despertar nas pessoas, cito dois fatos ocorridos no mês de setembro que apesar das peculiaridades, transitaram por este “olhar histórico e sentimental”:
No dia 19 de setembro, a Deputada Estadual Luciana Costa visitou o Museu e neste dia ainda permanecia a Exposição “Reminiscências... Teatro Barretense”. Desta forma, quando a Deputada deparou-se com o cartaz em homenagem a saudosa atriz barretense Eunice Espíndola, seus olhos encheram de lágrimas e os sentimentos de emoção e felicidade vieram à tona. Luciana Costa relatou suas recordações sobre Eunice, pois a atriz foi sua professora no primário. E, além de ter proporcionado cultura a Luciana, Eunice também a alimentava com sua merenda, “pão com manteiga”. Sendo assim, o Museu possibilitou à Deputada meigas lembranças de um passado feliz.
Já no dia 21 de setembro, recebemos como visitante a advogada Thaíz Martinez, da capital paulista. Thaíz é deficiente visual, mas, isso não foi motivo para que ela não se encantasse pelo Museu, tanto pelo ambiente, quanto pelas peças. Acompanhada por sua amiga e diretora do Museu “Ruy Menezes”, Sueli Fernandes, a advogada sentiu cuidadosamente com suas mãos os mais variados objetos. Fascinou-se, pois, com a máquina de escrever de uma tecla só (Gundka), o Gramofone, o órgão a fole e a sela feminina. Percebemos então que o Museu despertou em Thaíz um sentimento do “novo” e que será guardado sempre em sua memória.
Nestes dois exemplos distintos, um de “recordação” e outro de “novidade”, encontramos evidências suficientemente capazes de confirmar o quão bom, fascinante e importante é uma visita ao Museu. Afinal, a palavra Museu vem do grego mouseion e significa um local inspirado por musas. Por isso, entendam como “musas” a poesia sentida em um lugar que inspira e respira por história e arte!
Visite-nos!
ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL ''O DIÁRIO'', EM 03 DE OUTUBRO DE 2008.

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