sábado, 28 de março de 2009

O SHOW DEVE CONTINUAR!




“O mundo é uma escola, a vida é um circo.
Amor, palavra que liberta... já dizia o profeta.”
(Gentileza – Marisa Monte)


Desde 1973, no Brasil, o dia 27 de março comemora o “Dia do Circo” - dia do nascimento do famoso Palhaço Piolin (Abelardo Pinto / 1897-1973). Além disso, este dia também comemora o “Dia Internacional do Teatro” - inauguração do Teatro das Nações em Paris. Felizmente, a arte teatral ainda é muito vista nas cidades centrais do país, entretanto, algumas cidades do interior não estimulam a aprendizagem do teatro. Já o Circo, tristemente, está se perdendo. São poucas aquelas corajosas companhias, muitas da mesma família, que saem de suas cidades para viajar ao interior do Brasil, montar a lona e levar alegria à população.
É bom lembrar que o circo é uma instituição cultural iniciada nos tempos da História Antiga, ainda com a Grécia, Império Romano, China e até o Egito, mantendo atrações em praças públicas com os malabaristas, equilibristas e habilidades ao ar livre. Contudo, este circo que conhecemos, com o picadeiro e as atrações circenses como o mágico e o “homem que engole fogo”, surgiu somente no século XVIII com o inglês Philip Astley e chegou na América (EUA) no século XIX com o equilibrista britâncio Thomas Taplin Cooke.
O fato é que esta forma tradicional do circo está acabando, ascende então o “novo circo” com apresentações em teatros ou casa de espetáculos, sem as arquibancadas, o picadeiro e a lona. Mas, porque acabar com este circo? E a alegria do palhaço onde ficará?
Bem, isso me lembra uma história que minha amiga Arine certa vez me contou. Vou contá-la aos leitores conforme ficou na minha memória. Simplificada.
Há algum tempo atrás, não muito tempo, alguns muros públicos das ruas do Rio de Janeiro eram pintadas com sábias frases de um homem conhecido por Profeta Gentileza. Dizem que foi um homem rico, mas que deixou toda a riqueza material para disseminar todo seu conhecimento espiritual para as pessoas, dizia e escrevia palavras de amor, paz, sabedoria. O problema foi que com os novos prédios da cidade, como canta Marisa Monte em sua música “Gentileza”, “apagaram tudo, pintaram tudo de cinza, a palavra no muro ficou coberta de tinta”. As palavras de Gentileza sumiram do cotidiano das pessoas, como se não fossem importantes.
Portanto, podemos comparar a história do Profeta Gentileza com o gradativo desaparecimento dos circos tradicionais, pois, é como se estivessem “apagando” mesmo a cultura circense, estão sumindo os artistas, os malabaristas, os palhaços! Contudo, espero que assim como algumas pessoas estão fazendo no RJ, resgatando as palavras do Profeta Gentileza, possamos lutar em nome do circo, em nome da cultura, pois, o show deve continuar!

Obs: Escutem a música “Gentileza” de Marisa Monte, é linda!



REFERÊNCIA: www.historiadocirco.netsaber.com.br


ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO", BARRETOS/SP, EM 27 DE MARÇO DE 2009.

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