segunda-feira, 22 de junho de 2009

O PENSAR PARA AS CRIANÇAS




Quem foi Dom Pedro II? Você sabe responder? Esta pergunta que parece tão simples fez muita gente parar, coçar a cabeça e dizer: “Ah... já ouvi falar sim, mas não me lembro quem foi”. Faço esta pergunta aos pré-adolescentes de 5ª e 6ª séries e alguns levantam a mão dizendo que conhecem Dom Pedro II, entretanto, quando pergunto quem ele foi escuto respostas do tipo: “Filho de Dom Pedro I” ou “Isso eu não lembro”.
Estas respostas são comuns para alunos de 5ª e 6ª séries, com a faixa etária de 11 e 12 anos, já que eles são mais novos e a tendência do ensino de História atual é mais baseada em conceitos do que em personagens históricos, enfim estamos deixando de lado a história tradicional. Entretanto, com estudantes já adultos esta situação é de se pensar. Perguntei a vários estudantes que cursam diferentes graduações, que acabaram de sair do Ensino Médio, e a maioria não soube responder quem foi Pedro II. É claro que esta pergunta foi somente um teste para identificar até que ponto o saber histórico esta presente na memória das pessoas. Mas, porque esta situação acontece?
Estas problemáticas me fizeram lembrar as reflexões que nós, formandos de História, levantamos durante toda a graduação sobre o ensino de História, principalmente sobre o Ensino Fundamental, uma vez que é neste momento que a educação age como a principal ferramenta para formar indivíduos pensantes. Não há outro meio senão a educação. Discutimos então sobre a solução que propôs a Dra. Paula Ramos de Oliveira, estudiosa da Unesp de Araraquara, em relação a criança e sua experiência com o pensar.
Filosofia para crianças já no ensino primário seria uma ferramenta a mais na metodologia de trabalho do educador. É claro que não seria uma disciplina complexa citando os grandes pensadores, mas algo que desenvolvesse o raciocínio da criança e a fizesse ter uma melhor noção sobre o tempo histórico e o espaço geográfico em que vive. As crianças passariam a ter melhores estruturas de raciocínios e quando chegassem na 5ª série em diante teriam condições necessárias para administrar a bagagem cultural que as rodeiam.
Perguntaram a uma menina de 8 anos, qual é a diferença entre “dúvida” e “pergunta”? Assim foi a resposta: A dúvida e a pergunta são iguais, mas diferentes, é como a água e o gelo. A dúvida é a pergunta que não mudou de estado, ela está só no pensamento e não saiu pela boca. Querem resultado melhor que este? Acreditam que esta criança, quando adulta independente de qual graduação for seguir, saberia responder quem foi Pedro II e muitas outras questões sobre o país em que vive? Formar pensadores e cidadãos conscientes, esta é a lacuna que a educação preenche.

REFERÊNCIA: Palestra com a Dra. Paula no Colóquio de Pedagogia da Fafibe, em 03/06/2009.

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO" (BARRETOS/SP), EM 19 DE JUNHO DE 2009.

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