segunda-feira, 13 de julho de 2009

O REVOLUCIONÁRIO JOÃO ROCHA (I)



“O povo paulista, nos grandes tormentos,
nos duros momentos, não chora, não geme,
nem sabe ter medo, é como rochedo de puro granito,
que aos ventos não treme”.
(Adão de Carvalho, 1932).


O feriado de nove de julho abre o leque de recordações referentes às causas constitucionalistas da Revolução de 1932 e nos instiga a conhecer mais sobre o assunto. Os motivos pela luta revolucionária foram muito bem definidos pelo Sr. Bezerra Filho, em Barretos, durante a saudação feita em frente ao Paço Municipal durante a revolução: “Hoje, a bandeira de São Paulo entra pelo Brasil a fazer sua reconstitucionalização. São Paulo não se sujeita à ditadura. São Paulo luta para ser o escravo da lei, o servidor do direito, para obedecer à Justiça, para amar-se paladino da Liberdade”.
Ao todo foram 25.000 revolucionários divididos em 12 frentes de batalhas, em Barretos foram inscritos 200 nomes de voluntários, divididos em batalhões diferentes para defender as fronteiras dos portos margeados dos rios do estado de São Paulo. A primeira frente se chamou “grupo dos 52” e trabalhou em Olímpia por 8 dias combatendo as tropas federais. É perceptível o sentimento fervoroso dos paulistas em defender seu território, mas, conforme as fotografias dos revolucionários onde estão cantando, jogando e até se divertindo, eles se alistavam não somente por este sentimento, queriam novos desafios. Muitos eram jovens, demasiadamente jovens, como o nosso querido João Batista da Rocha de apenas18 anos na época.
As mentes privilegiadas dos senhores Adolpho Fernandes e Luiz Brandão confirmam a história contada por Jerônimo S. Barcellos nas páginas amareladas do jornal “O Correio de Barretos” de agosto de 1968. João Rocha fez parte do Batalhão defensor do Porto do Taboado e depois do Porto da Maricota, junto a Ruy Menezes. Coragem e ousadia foram virtudes que não faltaram a João Rocha, pois ele atravessou de canoa o Rio Grande duas vezes para tentar convencer as tropas federais. Na primeira o sucesso foi garantido, uma vez que levou cigarros, remédios, fósforos e objetos úteis aos rivais, contudo, a segunda vez foi traiçoeira e João e seu companheiro Pombo foram capturados pelos mineiros, mesmo ele atirando contra o comandante da tropa federal.
Pois bem, o que será que aconteceu com João Rocha depois da reação mineira? Teria reagido? Teria sido preso? Ferido? Esta história é digna de maiores linhas e merece ser continuada no artigo da semana que vem, assim como se fosse o último capítulo de uma novela. Leitores, aguardem curiosos...

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO" (BARRETOS/SP), EM 10 DE JULHO DE 2009.

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