quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

HISTÓRIA E CIDADANIA



ARTIGO PUBLICADO PELA PROFª KARLA O. ARMANI NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 2 DE DEZEMBRO DE 2011

            Leitor amigo, você é da época em que era obrigatório na escola entoar o hino nacional pelo menos uma vez por semana? Já reparou que está prática vem acabando nos últimos tempos? É bem verdade que muitas transformações alcançam a escola de ontem com a escola de hoje, mas talvez uma das mudanças que mais deixam “saudade” é a cerimônia do canto do hino nacional, hino à bandeira e o hino à independência. Isto porque, era um momento em que todas as crianças, professores e funcionários, independente de classe social e religião, juntavam-se em coro para demonstrar o respeito e o amor à pátria.
            Certamente, muitos e diferentes motivos rondam a causa deste costume estar com os dias contados. O motivo de âmbito geral pode ser a esfera da globalização em que vivemos, onde a multiplicidade de informações é tão grande e o contato com diversas culturas é tão intenso que as identidades de cada comunidade perdem-se no tempo. Junto com essa falta de identidade, o patriotismo, que é justamente o contrário – é a honra de um povo unido em prol da pátria, também acaba caindo por terra.
            Outra causa para este descaso, agora um tanto particular, é o próprio ensino de história. De pouco tempo para cá, a história passou a ser ensinada de uma maneira diferente, em vez de mitificar heróis e ideologias dominantes, ela desconstrói estas imagens. É dever do professor, por exemplo, explicar que o hino nacional foi escrito num momento em que os republicanos do Brasil precisavam criar uma identidade ao povo, de modo que os libertasse daquele passado colonial.
            No entanto, isto não significa que o autor só quis construir esta ideia de identidade, não podemos descartar também as idéias de amor e respeito à pátria “amada e idolatrada”. Deste modo, o ensino de história atual pode ser usado a favor da cidadania, que, neste caso é entendida como “um novo patriotismo”, já que é a cidadania que garante o respeito à pátria. Por mais que o patriotismo que se vivenciou no passado não seja o mesmo de hoje, ainda é válido que as escolas possuam o hábito de entoar o hino nacional, estimular os alunos a entenderem sobre os feriados e os símbolos nacionais.
            Do que adianta cantar o hino nacional sem entender suas palavras e o contexto histórico em que foi escrito? Do que adianta ficar em casa no feriado da proclamação da república sem nem saber que evento foi este na história do Brasil? E o Tiradentes, por que ele foi considerado o mártir da independência? Questões como estas jamais podem se perder no cotidiano escolar, visto que são de suma importância para o desenvolvimento de um cidadão em formação. Pois, ser cidadão é conhecer, sobretudo, a história de sua pátria, seus problemas, suas diversidades, suas glórias e toda a cultura que ali foi construída ao longo do tempo.  É assim que história e cidadania andam juntas pela escola!

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