ARTIGO PUBLICADO POR KARLA O. ARMANI, EM 25 DE NOVEMBRO DE 2011, PELO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS"
“Sonho com o dia em que todos levantar-se-ão e
compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos”.
Nelson Mandela.
A semana se iniciou com as comemorações do dia da Consciência Negra no Brasil, 20 de novembro. Se a data foi instituída como uma comemoração é porque temos algo a ser relembrado, ou melhor, rediscutido. Não é possível falar da “consciência negra” sem voltarmos os olhos à mãe de tudo isso: a África. É da África que foram retirados povos e famílias inteiras trazidos ao Brasil, fato que levou-nos ao mosaico cultural e populacional que somos hoje. Mas, por que quando se fala da África o que vem à mente de muitas pessoas são fatos negativos? Por que não falar da África como o berço da humanidade e das primeiras civilizações? Por que não enxergar a África como um continente com sua cultura própria?
Cultura milenar, este seria um bom termo para definir a história da África, aliás as várias áfricas que habitam aquele imenso continente. Todo professor de História é instruído, por lei, a falar sobre a cultura africana e afro-brasileira na sala de aula (lei 10.639/03). Isto porque o passado da escravidão colonial que sofremos e a globalização do mundo de hoje – que a todo tempo compara povos e nações como se todos fossem obrigados a serem países industrializados e neoliberais – incute na mentalidade das pessoas uma imagem negativa da África.
Quando se estuda história, a principal diretriz que o professor deve seguir e o aluno aprender é que cada povo possui a sua dinâmica na história, cada cultura é única e não deve ser comparada com outra numa escala de superior ou inferior. A África, por maiores que sejam seus problemas sociais e econômicos na atualidade, precisa ser enxergada como um importante espaço na construção da história da humanidade. Foi naquele loco que a vida humana surgiu, se desenvolveu e imigrou para outras regiões.
Já ouviram falar no “Vale da Grande Fenda”? É uma região localizada na Etiópia, Quênia e Tanzânia onde foram encontrados os fósseis humanos primitivos mais antigos do mundo, o australopithecus. E a civilização egípcia com toda a sua exuberância e vestígios históricos, de onde é? Muitas pessoas esquecem-se de associar que o Egito, aquela civilização dos poderosos faraós, se localiza na África; assim como a cidade de Ifé (hoje na atual Nigéria), que na Antiguidade era um centro aglutinador dos diferentes reinos que gravitavam ao seu redor.
É claro que o processo de escravização dos africanos, bem como a disputa pelos territórios da África ao longo dos séculos XV ao XIX, contribuiu muito para um atraso no desenvolvimento tecnológico e econômico dos países. Mesmo assim, a dinâmica histórica da África deve ser ressaltada perante os nossos jovens, para que cresçam identificando a importância das diferenças culturais dos povos e, ao mesmo tempo, como somos ligados – pois somos descendentes do mesmo ancestral primata, aquele que saiu da África.
2 comentários:
Adoro a história da África!
Q pena q não estudamos muito sobre ela.
Ahhhh achei!!! =) muito bom mano brow, já deu aquele help. BeijO!
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