sábado, 19 de maio de 2012

NA REALIDADE DOS ALUNOS: HISTÓRIA LOCAL E REGIONAL




ARTIGO PUBLICADO PELA PROFª KARLA O. ARMANI NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 13 DE MAIO DE 2012

            Leitor amigo, já reparou que os livros didáticos de História, apesar das mudanças graduais, não apresentam reflexões a respeito da história local e regional? Certamente, os motivos que sondam esta questão são muitos e, dentre eles, está o fato da disciplina de História ser por demais pesada em conteúdo e apresentar pouca carga horária na escola. Apesar disso, a história local e regional, mesmo que sintetizada, pode sim ser trabalhada em sala de aula pelo professor. Para entender melhor sobre sua aplicação escolar, vamos entender um pouco sobre como ela é composta.
            A história local e regional é conhecida também como “história dos lugares” por se relacionar, sobretudo, com o “espaço”. Um espaço pormenorizado, diga-se de passagem. Nesse sentido, o espaço nela tratado não se refere somente ao meio físico ou a divisões administrativas (municípios, distritos, etc), mas a um espaço de pessoas com experiências múltiplas, de memórias coletivas e de resistências. O “lugar” então pode ser uma cidade, um bairro, uma instituição ou uma região com determinadas práticas em comum. Desta maneira, este espaço é estudado pelo historiador como um meio onde são analisadas vivências comuns que, compartilhadas pelas pessoas, podem ser comparadas ao contexto da história nacional e até mundial.
            Mas, como a história não se relaciona só com o espaço, falemos então agora do “tempo”. Este, para a história local e regional, é o fator determinante do estudo histórico, uma vez que o tempo do local não é particular, ou seja, não segue o mesmo ritmo que os outros lugares. Assim, por exemplo, o historiador pode analisar como uma comunidade possuía uma prática econômica que não era a predominante no país (ex: “trabalho industrial” nas metrópoles do sudeste e “artesanal” no interior do Brasil). Desta feita, a história local e regional evita as generalizações, demonstrando os vários ângulos de uma mesma época.
Paralelo a isso, professor de História pode utilizar destas pesquisas dentro do conteúdo histórico do Brasil, principalmente aquele referente ao século XX. Ao analisar contextos sobre a economia brasileira, por exemplo, os professores podem demonstrar documentos de indústrias na cidade em determinadas épocas ou propagandas de casas comerciais. Na questão dos conflitos armados, podem ser utilizados depoimentos orais de ex-combatentes da Revolução de 1932 ou da Segunda Guerra.
A história local e regional, certamente, desperta nos alunos uma “identidade coletiva”, uma memória em comum. Ao contextualizar monumentos, praças públicas ou instituições da cidade, o professor aproxima a história da realidade dos alunos. Então, estes lugares passam a ter sentido e utilidade para os mesmos. Isto acarreta também na conscientização de preservação dos patrimônios históricos das cidades, que passam a ser defendidos pelos educandos. Enfim, existem muitas vantagens no ensino da história local e regional dentro da sala de aula, mesmo que adaptada à grade e aos horários apertados. Que ela possa ser difundida cada vez mais nas escolas! 

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