ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 20 DE MAIO DE 2012 PELA PROFª KARLA O. ARMANI
Até agora tenho escrito muito em
meus artigos sobre as particularidades que Barretos possui em relação à
história do Brasil. São tantos os acontecimentos e depoimentos que evidenciam
situações peculiares da cidade. São histórias particulares. Mas, podemos nos
perguntar: e o que a história de Barretos tem em comum com as das cidades da
região? Vejamos.
Comecemos pela formação dos arraiais
da região. Praticamente todos (o que não quer dizer que sejam todos) foram
formados a partir da doação de terras de fazendeiros mais abastados. Na maioria
das vezes, as terras doadas por estes fazendeiros acabavam por pertencer à
igreja, como consequência, começava-se a edificação de uma capelinha. A partir
disso, as cidades cresciam ao redor destas igrejas primitivas, formando casas,
praças, estabelecimentos comercais e outras instituições. Isso repercutiu até
nos dias atuais, pois, em quase todas as cidades da região existem igrejas que
ficam no centro da cidade, sempre acompanhadas das praças públicas, que modelam
seu perímetro urbano.
Paralelo a isso, existem as
histórias dos padroeiros. Em quase todos os casos, os doadores das terras
faziam à doação em nome de um santo, fosse por promessa ou por devoção. Estes
santos acabaram por se tornar os padroeiros destas cidades. Foi assim que,
surgiu o “Divino Espírito Santo” do Chico Barreto e o “Senhor Bom Jesus” de
Felipe Cassiano Alves, um dos fundadores de Monte Azul Paulista,
Outra questão interessante que
Barretos se assemelha a Monte Azul Paulista é referente às punições dos
“desordeiros” das cidades ainda no século XIX e início do XX. Conta Osório
Rocha que, quando Raphael da Silva Brandão chegou a Barretos, ele ficou curioso
com a cena em que um “criminoso” estava amarrado num coqueiro da avenida 21.
Afinal, era assim que se puniam os criminosos, antes da criação da cadeia
pública. Em Monte Azul Paulista, um estudioso local conta que a mesma prática
também acontecia por aquelas bandas.
Em relação à imprensa, muitas
semelhanças são vistas nos jornais da região. Ribeirão Preto, Bebedouro,
Barretos, Monte Azul Paulista e Viradouro eram cidades que desde muito cedo
trouxeram a imprensa a seus habitantes. Em Viradouro, o jornal “O Progresso”
foi criado antes mesmo da vila se tornar município, assim como Barretos possuía
“O Sertanejo” antes de se chamar somente Barretos. As oficinas tipográficas,
como podem ser vistas em fotografias, e as formatações dos jornais eram muito
parecidas. Além do mais, as próprias folhas imprensas eram distribuídas de uma
região a outra, o que poderia influenciar nessa semelhança.
Certamente, outras semelhanças
poderão ser vistas nos históricos das cidades da região, em principal no que se
refere aos contextos nacionais como o coronelismo, os conflitos armados, a
ditadura, as crises econômicas e etc. Afinal, tais cidades foram criadas e
desenvolvidas quase na mesma época, o que lhes rendiam características em
comum. Sendo válido lembrar, porém, que diferenças e peculiaridades também são
notadas entre elas, fato que é ressaltado pela história regional. Estudemos.
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