sábado, 29 de setembro de 2012

HISTÓRIA DE BARRETOS E REGIÃO: PONTOS EM COMUM


ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 20 DE MAIO DE 2012 PELA PROFª KARLA O. ARMANI

            Até agora tenho escrito muito em meus artigos sobre as particularidades que Barretos possui em relação à história do Brasil. São tantos os acontecimentos e depoimentos que evidenciam situações peculiares da cidade. São histórias particulares. Mas, podemos nos perguntar: e o que a história de Barretos tem em comum com as das cidades da região? Vejamos.
            Comecemos pela formação dos arraiais da região. Praticamente todos (o que não quer dizer que sejam todos) foram formados a partir da doação de terras de fazendeiros mais abastados. Na maioria das vezes, as terras doadas por estes fazendeiros acabavam por pertencer à igreja, como consequência, começava-se a edificação de uma capelinha. A partir disso, as cidades cresciam ao redor destas igrejas primitivas, formando casas, praças, estabelecimentos comercais e outras instituições. Isso repercutiu até nos dias atuais, pois, em quase todas as cidades da região existem igrejas que ficam no centro da cidade, sempre acompanhadas das praças públicas, que modelam seu perímetro urbano.
            Paralelo a isso, existem as histórias dos padroeiros. Em quase todos os casos, os doadores das terras faziam à doação em nome de um santo, fosse por promessa ou por devoção. Estes santos acabaram por se tornar os padroeiros destas cidades. Foi assim que, surgiu o “Divino Espírito Santo” do Chico Barreto e o “Senhor Bom Jesus” de Felipe Cassiano Alves, um dos fundadores de Monte Azul Paulista,
            Outra questão interessante que Barretos se assemelha a Monte Azul Paulista é referente às punições dos “desordeiros” das cidades ainda no século XIX e início do XX. Conta Osório Rocha que, quando Raphael da Silva Brandão chegou a Barretos, ele ficou curioso com a cena em que um “criminoso” estava amarrado num coqueiro da avenida 21. Afinal, era assim que se puniam os criminosos, antes da criação da cadeia pública. Em Monte Azul Paulista, um estudioso local conta que a mesma prática também acontecia por aquelas bandas.
            Em relação à imprensa, muitas semelhanças são vistas nos jornais da região. Ribeirão Preto, Bebedouro, Barretos, Monte Azul Paulista e Viradouro eram cidades que desde muito cedo trouxeram a imprensa a seus habitantes. Em Viradouro, o jornal “O Progresso” foi criado antes mesmo da vila se tornar município, assim como Barretos possuía “O Sertanejo” antes de se chamar somente Barretos. As oficinas tipográficas, como podem ser vistas em fotografias, e as formatações dos jornais eram muito parecidas. Além do mais, as próprias folhas imprensas eram distribuídas de uma região a outra, o que poderia influenciar nessa semelhança.
            Certamente, outras semelhanças poderão ser vistas nos históricos das cidades da região, em principal no que se refere aos contextos nacionais como o coronelismo, os conflitos armados, a ditadura, as crises econômicas e etc. Afinal, tais cidades foram criadas e desenvolvidas quase na mesma época, o que lhes rendiam características em comum. Sendo válido lembrar, porém, que diferenças e peculiaridades também são notadas entre elas, fato que é ressaltado pela história regional. Estudemos.

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