ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 17 DE JUNHO DE 2012 PELA PROFª KARLA O. ARMANI
“Para mim, as
lembranças são mais importantes do que os vestidos” (Anne, jun./1942)
12 de junho de 1942, setenta anos
atrás. Nesta data iniciava-se a produção de uma das fontes mais preciosas do
holocausto, o diário de Anne Frank. Publicado pelo pai de Anne, Otto Frank, em
1947, o diário da menina judia, morta aos 15 anos pelos nazistas, é a prova
viva do sofrimento de uma família de judeus durante a 2ª Guerra Mundial.
Anne ganhou o diário de sua família
em seu aniversário de treze anos. Nesta época, a família toda (Anne, a irmã
Margot, o pai Otto e a mãe Edith) morava em Amsterdã na Holanda. Apesar de ter
nascido na Alemanha, Anne e sua família mudaram para a Holanda no começo dos
anos 30. Vivendo uma vida financeiramente estável e “traquila” até então, no
ano de 1942, a família de judeus sentiu-se obrigada a esconder-se num anexo
secreto devido à perseguição de Hitler, o füher
dos nazistas. Isso porque naquele ano já estava acontecendo a 2ª Guerra Mundial
e a todo momento era temida uma possível invasão à Holanda e a perseguição aos
judeus que lá habitavam. O que de fato aconteceu.
O antissemitismo, empreendido pelos
nazistas, fazia parte de um ideario racial de que todas as raças eram
inferiores aos germarnos, a “raça pura”. Para os nazistas, o povo judeu era o
responsável pela deflagração econômica da Alemanha, por conta de sua rica
economia organizada e fechada em si mesma, numa época de caos para o país.
Hitler acusava os judeus de espalharem-se por vários países e “desnacionalizar”
os povos. Desta feita, depois de perseguidos e aprisionados, muitos judeus
foram mortos nos campos de concentração nazistas. Anne Frank foi uma deles.
A família Frank, a família Van Daan
e Albert Dussel (pseudônimos) ficaram escondidos no anexo de um escritório em
Amsterdã por mais de dois anos. Durante o tempo que lá permaneceu, Anne
escrevia em seu diário todas as aflições, os momentos depressivos, as
esperanças, as alegrias e as notícias daquele tempo de guerra. Ela registrava os
barulhos das bombas e aviões, os constantes assaltos na cidade, a fome, a
clandestinidade dos judeus, o mercado negro, etc. É interessante ver também o
papel do rádio como o portador de notícias e discursos daquele momento. Além
disso, se tirassemos o contexto histórico envolvido do livro, poderíamos pensar
que se tratava de uma adolescente atual. Afinal, Anne passava pelas novidades
da adolescência, sonhos e até uma paixão pelo jovem Peter Van Daan, também
aprisionado.
Tudo isso “acabou” em 4 de agosto de
1944, quando alemães da policia SS invadiram o anexo e prenderam as oito
pessoas que lá escondiam-se. Todos foram mortos nos campos de concentração, com
excessão do pai de Anne. Ou melhor, a vida de Anne não terminou ali, pois o seu
sonho de tornar-se escritora foi realizado com a publicação de seu diário e de
seus contos, que a fez se perpetuar na história.
Setenta anos depois, a Anne, as nossas
saudações.
Um comentário:
Como sefarad, quero te agradecer pelo artigo! Parabéns que o HaShem, continue te fazendo prospera e lucida em seus artigos. Grato!
Jamil Bou Daye
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