sábado, 29 de setembro de 2012

HOMENAGENS EM 2012: NOVOS OLHARES

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 24 DE JUNHO DE 2012 PELA PROFª KARLA O. ARMANI


            O ano de 2012 está repleto de comemorações que estão rendendo homangens a um “punhado” de gente. São centenários de artistas, de composições de grandes obras artísticas, literárias, fílmicas ou musicais, ou, ainda, acontecimentos na história do Brasil e mundial. Estes tipos de homenagens, mesmo que privilegiem as datas “marcantes”, acabam por popularizar a história. Trata-se de um modo das pessoas se tornarem mais próximas do passado, conhecê-lo através de novas linguagens como as novelas, os filmes e os livros.
            Isso tudo é resultado dos impactantes anos 10 do século XX, que, no Brasil, foram os responsáveis pela “modernização” de algumas cidades, principalmente àquelas da região sudeste do país. Nesta década, em regiões mais prósperas economicamente, muitas cidades foram palco de transformações sociais e políticas. A década de 10 foi a época de nascimentos de poetas como Jorge Amado (1912), revoltas messiânicas como a Guerra do Contestado, e até acontecimentos mundiais como o trágico acidente com o Titanic.
            Os centenários destas datas têm inspirado as produções ou reproduções de grandes filmes, seriados e/ou novelas. Estes meios de comunicação são mais acessíveis à população e, por usar o recurso da “imagem”, também se tornam mais atraentes. Desta maneira, temas históricos têm sido mais discutidos e disseminados na sociedade contemporânea. É claro que aprender “história” através dos livros e das aulas de história continuam sendo os recursos mais importantes na aprendizagem. No entanto, estas comemorações centenárias, ao utilizar tais recursos imagéticos, acabam por atrair determinados indivíduos ao estudo da história, à imaginação do passado e à memória.
            Por exemplo, o remake da novela “Gabriela” atualmente exibido pela Rede Globo de Televisão em comemoração do centenário de Jorge Amador (autor do romance literário), pode chamar atenção das pessoas em relação à situação da Bahia no início do século XX. Ao juntar o conhecimento básico em história que adquirimos na escola, com a imaginação que o cenário novelístico pode oferecer-nos, é muito mais palpável o acesso ao passado, principalmente em relação à percepção de suas mudanças e permanências. É claro que, existem os “poréns” quando se trata de novelas, filmes ou literatura. Estes são recursos mais fictícios, não voltados à ciência como é a história, mas isso não significa que não podem ser analisados como fontes históricas. As ideologias presentes nas novelas e nos filmes também querem dizer algo da época, mais até do que o próprio conteúdo a ser abordado.
            Enfim, o fato é que as diversas comemorações que estão acontecendo neste ano de 2012 são de suma importância não só para as homenagens a pessoas ou fatos marcantes, bem como aos novos olhares que podem surgir perante as obras clássicas. A história está aí para ser revista, inclusive de novas maneiras.

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