ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 12 DE AGOSTO DE 2012 PELA PROFª KARLA O. ARMANI
O mês de agosto já chegou e então a
procura por vestígios da história da cidade começa a aparecer. Neste momento,
muitos educadores e pesquisadores de comunicação social começam a publicar
textos sobre a história de Barretos, principalmente no que diz respeito à
origem da cidade. É neste ponto que Chico Barreto e toda a herança mineira que
nos foi legada vem à tona. Muito se ouve por aí, que Barretos parece pertencer
mais ao estado de Minas Gerais do que de São Paulo, seja pela localização
geográfica, ou pelo fato de nosso fundador ter saído de lá ou ainda pelo “jeitinho”
de falar.
Toda a tradição vinda de Minas Gerais
que se proliferou em Barretos foi originada ainda nos tempos da formação do
arraial. Sabemos que a maioria das pessoas que vivia aqui, naquele meados do
século oitocentista, era oriunda do canto sul de Minas Gerais. Falando das
cidades do interior paulista no geral, a vida naquele tempo era pautada no
ambiente rural, onde as pessoas viviam mais nas fazendas do que na “cidade”.
Assim, as primeiras aglomerações que se formavam eram resultado da necessidade
da produção de certos recursos de sobrevivência que não tinham como ser vendidos
nas fazendas.
É neste ponto que o comércio entra como
principal atividade econômica destas pequenas vilas, pois era ali que as
pessoas faziam compras, se socializavam nos finais de semana, íam às missas e
etc. Estes locais de comércio conhecidos como “empórios” ou “armazéns” eram
construídos para abrigar o comércio e a moradia do proprietário. Geralmente, as
paredes eram de taipa de pilão e o telhado de duas águas, sendo esse tipo de
construção uma tradição das antigas construções de Minas Gerais. Na parte da
frente, sempre com muitas portas, se abrigava o comércio de vários tipos, como
por exemplo: tecidos, alimentos, ferramentas, bebidas, mantimentos ou ainda
artigos de couro e luxo. Já na parte central e traseira destas construções,
ficava a moradia da família do proprietário; hábito que passou a mudar tempos
depois, quando as atividades comerciais começaram a ser desenvolver mais e
exigir espaços próprios.
Essas
construções, que eram praticamente comum em todas as cidades interioranas,
compunham o cenário dos primeiros arraiais. Através delas se desenvolveram as
atividades comerciais e o estabelecimento de profissionais liberais como os
sapateiros, serralheiros, boticários, médicos, advogados, professores e tantos
outros. Mesmo com as ruas ainda de terra ou macadame, essas casas comerciais
eram o que tinha de mais moderno naquele tempo do século XIX. E hoje, o mais
interessante é que, mesmo um tanto escondidas e alteradas, construções desta
época ainda podem ser vistas na cidade. Quem nunca andou pelas ruas do centro,
e até em bairros próximos, e não avistou construções antigas com várias portas
de madeira? A história está diante nossos olhos, basta querer enxergá-la!
Aproveite o mês de agosto e reflita sobre isso.
Referência: “A história contada através da
arquitetura de uma rua”, Eder D. da Silva.
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