ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 5 DE AGOSTO DE 2012 PELA PROFª KARLA O. ARMANI
Na escola, quando se estuda
História, desde o ensino fundamental ao médio, é muito comum as pessoas
associarem a “História” com a “Idade Média”. É como se todo o período que a
História estuda, da Pré-História à Idade Contemporânea, se resumisse no tempo
medieval, afinal o que as pessoas mais se lembram são: “senhores feudais”,
“castelos”, “servos” e “guerras”. É interessante notar como um período que
acabou há quase seis séculos ainda fica marcado na mente dos indivíduos, talvez
porque algumas manifestações culturais daquela época ainda fazem parte da
mentalidade ocidental.
“Falar
em feudalismo implica falar de castelos, cavaleiros, senhores feudais,
vassalos, cruzadas e rebeliões. Implica falar da guerra e do exercício de poder
através da ‘lei do mais forte’ - além de falar de heróis, cavaleiros de
armaduras reluzentes empenhados em salvar os fracos e oprimidos ou resgatar
donzelas de castelos encantados e salvá-las de... dragões” (Rezende, 1998,
p.3). Esse fragmento nos demonstra o quão “mágica” a Idade Média pode ser
apresentada aos alunos, como um período que saiu dos contos de fadas infantis e
de repente se transformou em matéria de estudo para a disciplina de História.
O tempo medieval na verdade foi
caracterizado por muitas guerras, disputa de poder e uma mentalidade
extramamente religiosa e temente a Deus. Do século V ao XV, a Europa passou um
período de ruralização, escassa atividade comercial, descentralização
administrativa e predominância da religião na vida cotidiana e cultural. Essas
caracterítiscas, quando estudadas na Idade Moderna (século XV ao XVIII), foram
consideradas “atrasadas”, como um período de “trevas”. Por esse motivo, o longo
período entre 476 e 1453 foi visto como aquele que estaria no “meio” entre as
“prósperas” idades Antiga e Moderna, onde as cidades e o comércio foram as
principais atividades econômicas, diferente do “regresso” que teria sido a
Idade “Média”.
Nos tempos atuais, o ensino da
“Idade Média” não pensa dessa forma, afinal cada época tem que ser analisada
com os “olhos” da época. Assim, o “Medievo” é estudado como um tempo que teve
sua política, economia, sociedade, cultura, tecnologia e mentalidade própria.
Além disso, também são dignas de nota as manifestações culturais desta época
que se predominam no tempo presente, como tradições de longa duração. Como por
exemplo, as festas juninas, o carnaval, o natal, o 1º de janeiro e até as
superstições. Enfim, por motivos como estes que a Idade Média é tão relembrada
pelas pessoas e, as vezes, confundida com a própria História.
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