terça-feira, 6 de novembro de 2018

BARRETOS E ANÁLIA FRANCO (PARTE II)

PELA PROFª ESP. KARLA ARMANI MEDEIROS, EM 06 DE NOVEMBRO DE 2018, NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS", PÁGINA 2
          
1ª ed. de "A Voz Maternal" de 1/12/1903
da Associação Feminina Beneficente e Instrutiva de SP
(Fonte: Arquivo do Est. de SP)
 
  Em citações de livros memorialistas de várias cidades ou textos acadêmicos, a educadora Anália Franco é estudada na história regional por uma razão especial: ter sido a responsável pelo estabelecimento de uma centena de instituições de ensino fundadas pela “Associação Feminina Beneficente e Instrutiva de São Paulo” (1901). Voltada ao público de meninas, órfãs, mulheres desvalidas e viúvas, tal Associação era mantida por subvenções municipais e do estado, além de doações particulares e fundos angariados por campanhas, quermesses e apresentações de seus grupos musicais e teatrais.
Iniciadas em São Paulo, as obras da Associação Feminina se estenderam para o interior, onde atuavam de forma paralela à educação do estado e dos municípios – sistemas ainda pouco efetivos; principalmente às meninas. Em alguns casos, era notável que as próprias autoridades municipais reivindicassem uma unidade de ensino da Associação em troca de infra-estrutura. Situação que geralmente acontecia naquelas povoações já guarnecidas por vias férreas, para facilitar a fiscalização da presidente e suas “professoras-fiscais”. Estas, eram formadas como professoras pelos Liceus da própria Associação, e depois algumas se tornavam as futuras diretoras das instituições no interior.
"O Sertanejo" de 6/12/1903
 anunciando a leitura de
"A Voz Maternal".
(Fonte: Museu "Ruy Menezes")
O contato de Anália Franco com os municípios, muitas vezes, se dava pelo envio de cartas e circulares às redações dos jornais interioranos. Além do intermédio dos centros espíritas (religião de Anália) e da maçonaria (interessada na instrução pública, apesar do conservadorismo feminino). Exemplo assim foi verificado em Barretos através do jornal “O Sertanejo”, que, além de anunciar a leitura do jornal “A Voz Maternal” da Academia Feminina, ainda publicava circulares abrindo subscrições para doações pessoais à causa das instituições da Profª Anália. Sobre isso, o resulto foi positivo, tendo como exemplo a reprodução de uma carta da presidente ao redator Dr. Pedro Licínio agradecendo a vultuosa doação por “compreender que os órfãozinhos morreriam na miséria se a caridade dos bons não lhes abrisse as áureas azas” (14/8/1904, p. 3). [continua].

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