terça-feira, 22 de janeiro de 2019

GIULIETTA DIONESI, A JOVEM VIOLINISTA (PARTE III)

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" EM 22 DE JANEIRO DE 2019 (página 2) PELA PROFª KARLA ARMANI MEDEIROS


         
Anúncio do concerto de Giulietta Dionesi
no jornal "O Sertanejo" de Barretos

(Fonte: O Sertanejo, 31/3/1905, p. 4,
Arquivo do Museu "Ruy Menezes").
Nos dias finais de março de 1905, chegou a Barretos Emílio Grossoni. Esposo, empresário e maestro dos concertos musicais da violinista Giulietta Dionesi, que a essa altura já fazia grande sucesso. Tinha, ela, por volta de 28 anos. A função do maestro Grossoni era apresentar os préstimos da esposa violinista que viria em seguida para realizar quatro concertos na cidade, junto ao barítono Luciano Vitorazzo. E assim foi, a partir de 16 de abril, Giulietta Dionesi se apresentou ao público barretense no salão nobre da Câmara Municipal.
            Seu reconhecimento foi visto em elogios tecidos nas linhas do único jornal da cidade, “O Sertanejo”. A edição do jornal, comandada por Francisco Pimenta, chegou a declarar o quanto a cidade se desenvolvia culturalmente a partir da vinda da violinista e outros artistas: “Embora ainda espíritos pouco educados, há entre nós uma pronunciada tendência para a fruição do bello, do sublime. E isto se exemplifica nesse acolhimento fidalgo que aqui [teve] Giulietta Dionesi [...]” (7/5/1905, p. 1).
            No entanto, nos primeiros dias de maio, Giulietta adoecera na cidade, onde permaneceu por quase três meses até seu restabelecimento. Recebeu cuidados médicos do dr. Carr Bustamente, um dos raros médicos de Barretos naquele momento. E sobre isso, cabe aqui um parêntese.
            A respeito de sua vida pessoal, alguns depoimentos orais de seus descendentes, levam-nos a entender que fora trágica; principalmente em relação ao marido e empresário. Consta-se que ambos tiveram cinco filhos e deixaram alguns para adoção em cidades que faziam os concertos, visto a vida difícil de artista (financeira, estrutural e emocional). Por conta disso, Giulietta vivera doente em várias fases de sua curta vida, com pressão psicológica por ter de abandonar os filhos, o que justificaria seu precoce falecimento em 1911, na cidade de Ouro Preto. Barretos, infelizmente, foi mais uma cidade em que ela teria sentido esses males do corpo (e da alma). [continua].

Fontes primárias:
O SERTANEJO, jornal hebdomadário de Barretos. Edições: 234, 235, 236, 237, 238 e 239 - ano 1905. Arquivo do Museu "Ruy Menezes".
O ESTADO DE S. PAULO, edição dos cem anos da República, 15/11/1989. Arquivo particular do jornal. 

Sites consultados:
Site da musicóloga e ativista artística italiana Barbara Lazotti (http://www.barbaralazotti.it).
Blog da especialista em cultura e língua italiana, Ana Grassi (https://italiana.blog.br).

Link da publicação no site do jornal "O Diário":
http://www.odiarioonline.com.br/noticia/81163/GIULIETTA-DIONESI-A-JOVEM-VIOLINISTA-PARTE-III

Nenhum comentário: